Floresta de Sequóias em Rotorua

Whakarewarewa Forest em Rotorua: Caminhando entre Sequóias Gigantes

Whakarewarewa Forest

Inserida na região de Bay of Plenty, Rotorua é um dos destinos turísticos mais populares entre aqueles que visitam a Ilha Norte da Nova Zelândia. Considerada a capital geotérmica do Pacífico Sul e uma das regiões com a maior concentração de Maoris da Nova Zelândia. O que não falta em Rotorua são atrações turísticas fumegantes e atividades culturais e shows turísticos com um pouco da cultura local.No entanto, os atrativos de Rotorua e região vão muito além disso, e dentre as várias atrações turísticas que conheci na cidade. Uma das que mais me agradam é a Whakarewarewa Forest. Um enorme maciço florestal que além de gratuito, possui ótimas trilhas de mountain bike e caminhada.

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Embora o turismo seja um dos setores mais punjates da economia local. Toda a região de Bay of Plenty ainda tem a Silvicultura, como a principal atividade econonômica. E apesar da notória tradição florestal de Rotorua ser evidente nos extensivos plantios florestais de Pinus radiata existentes na região. Num primeiro momento, nem desconfiava da existência da Whakarewarewa Forest. Um verdadeiro tesouro da história florestal neozelandesa escondido a poucos quilômetros do centro da cidade famosa pelas suas atrações geotermais e que iremos conhecer um pouco melhor no post de hoje.

História da Whakarewarewa Forest em Rotorua

Levando em consideração o lento crescimento das florestas nativas de Kauri (Agathis australis) que outrora ocupavam boa parte da ilha norte da Nova Zelândia e o rápido avanço do deflorestamento no finalzinho do século XIX.Na época, na casa dos 7 milhões e meio de hectares. Fez com que o governo da Nova Zelândia lançasse mão de um massivo programa de introdução de espécies florestais exóticas de interesse madereiro visando identificar quais as espécies que melhor se adaptariam as condições edafo-climáticas da Nova Zelândia. E a partir daí, definir a política florestal e principalmente as espécies mais adquadas para ampliar sua base florestal.

Utilizando sementes importadas de aproximadamente 170 espécies arbóreas diferentes , oriundas dos quatro cantos do planeta. Implantou-se um maciço teste silvicultural e parte dele, é o que conhecemos hoje como Whakarewarewa Forest nos arredores de Rotorua. Naquela época uma enorme área descampada diretamente afetada pela explosão do Mt. Terawera em 1886.

Passados mais de 100 anos, a floresta cresceu e hoje é um enorme fragmento de florestas comerciais plantadas. E embora seja manejada com fins comerciais, algumas poucas parcelas contem árvores plantadas ainda naquela época, e que hoje estão com mais de 115 anos de idade.

Apesar da grande maioria das árvores que encontramos na Whakarewarewa Forest hoje sejam da segunda ou terceira rotação silvicultural. Uma curiosidade vale à pena ser mencionada. A grande maioria das árvores encontradas nesta floresta foram plantadas utilizando-se mão de obra dos detentos do sistema prisional da Nova Zelândia.

Enfim, das 170 espécies originalmente plantadas, apenas cerca de 1 dezena se demonstrou economicamente e silviculturalmente viáveis para as condições encontradas no país. Dentre todas elas, o Pinus Radiata ou Monterey Pine foi a espécie que apresentou o melhor desempenho entre todas as espécies testadas. Tanto que hoje, mais de 90% de todas as florestas comerciais plantadas na Nova Zelândia hoje são desta espécie.

Porém, dentre as demais espécies plantadas na Whakarewarewa Forest e que apresentaram bons resultados, mas com algum tipo de limitação encontramos o Pinus Patula, Acacia sp, Douglas Fir, Eucalyptus sp, Larix decídua, Juglans regia, Cryptomeria japonica, Cupressus lusitanica, Platanus orientalis e a Sequoia Sempervirens.

Apesar de a grande maioria destes plantios (testes de introdução de espécies) já terem sido substituídos ao longo dos últimos 70-100 anos, é possível se encontrar alguns indivíduos e fragmentos dos plantios originais das espécies mencionadas acima.

E dentre elas, nenhuma chama mais atenção que a imponente Sequoia Sempervirens. Também conhecida como Califórnia Redwoods. Para quem não sabe, esta é uma das duas espécies de Sequoias nativas do estado americano da Califórnia e que tivemos a chance de conhecer em nossa temporada nos EUA. Veja o Post aqui e aqui.

Sequóias do Whakarewarewa Forest em Rotorua

Na Nova Zelândia, foi a reputação da qualidade da madeira da Sequoia semprevirens que levou a introdução e o plantio das Redwoods de Rotorua em 1901. Na época, as árvores foram plantadas em consórcio com Larix decídua utilizando um espaçamento de quase cinco metros de distância uma das outras.À medida que as Redwoods foram crescendo (e cresceram muito bem obrigado), a maior parte do Larix decidua não sobreviveu ou foi sendo removida em intervenções de manejo florestal.

Visando toras livres de nós, as Redwoods da Whakarewarewa Forest foram podadas até os 15 metros de altura em 1939. Porém os resultados do plantio não foram muito homogêneos como se pode verificar in loco. Em alguns lugares os plantios não foram para frente, em outros acabaram morrendo. Já em alguns lugares, as Redwoods apresentaram taxas de crescimento superiores às encontradas na Califórnia.

Moral da história, dos 12 hectares originalmente plantados com Redwoods em Rotorua, apenas seis hectares sobrevivem até hoje. As Redwoods que foram para frente neste plantio, foram aquelas plantadas em locais mais abrigados (isentos de geada), com solos bem profundos, férteis e drenados, com uma precipitação bem distribuída ao longo do ano. Tal como ocorre nas chamadas Redwood groves na Califórnia.Quando os pesquisadores da SCION (Espécie de Embrapa da Nova Zelândia) entenderam estes pré-requisitos básicos da espécie, cerca de 4.000 hectares de Redwoods fossem plantados por toda a Nova Zelândia entre 1920 e 1940.

Passados 115 anos desde que a primeira sequoia foi plantada em Rotorua, a maior Redwood em Whakarewarewa Forest tem cerca de 68 metros de altura e 180 centímetros de diâmetro. Em seu habitat natural, estas árvores passam dos 100 metros de altura e vivem em média 600 anos. No entanto, em condições ideais podem viver mais de 2000 anos de idade.

Na América do Norte, a madeira das Redwoods é amplamente utilizada para fins de construtivos (Por ex: as casas vitorianas de San Francisco são todas de madeira de Redwoods) e é justamente sua resistência ao tempo que faz dela uma madeira nobre para a construção civil. Sendo também muito empregada na construção de decks ao ar livre e outros usos decorativos. Além disso, devido à sua elevada durabilidade e falta de odor, sua madeira é utilizado para tanques, caixas d’ agua e tinas.

Na Nova Zelândia, no entanto, descobriu-se décadas mais tarde que a madeira das sequóias plantadas aqui não é útil para muitas destas finalidades. Como as árvores tendem a crescer mais rapidamente na Nova Zelândia que nos EUA, a madeira têm baixa densidade e racha com certa facilidade ao ser serrada. Isso explica porque hoje menos de 1% dos 4000 hectares plantados entre as décadas de 20 e 40 ainda permanece de pé. Tudo aquilo que é colhido acaba sendo replantado com o famoso Pinus radiata.

As Redwoods de Rotorua que visitamos hoje em dia só foram poupadas da serra e estão lá de pé, pois acabaram se tornando praticamente uma atração turística secundária da cidade que tem ganhado cada vez mais visitantes depois que uma série de trilhas de Mountain Bike foram traçadas no interior da Whakarewarewa Forest.

Além disso, a Whakarewarewa Forest pode ser considerada praticamente como um museu a céu aberto traçando um panorama e um retrospecto histórico do setor florestal na Nova Zelândia.  Além é claro de oferecer a chance de boas fotos e inúmeras opções de lazer em suas inúmeras trilhas, que ganham cada vez mais popularidade entre os ciclistas.

Para quem ainda não conhece a Califórnia pessoalmente, a floresta de sequóias (Redwoods) de Rotorua é uma excelente amostrinha grátis da magnitude destes verdadeiros gigantes da floresta.

O que fazer nos arredores da Whakarewarewa Forest

A Whakarewarewa Forest está localizada quase que ao lado da Whakarewarewa Thermal Village que já falei à respeito neste post aqui. Então ambos os locais podem ser visitados um na sequencia do outro.

Aproveitando o ensejo da visita nessa região, não deixe também de seguir de carro pela Terawera Road para conhecer o Lake Tikitapu (Blue Lake) e o Lake Rotokakahi (Green Lake). Pelo caminho existe também um mirante na beira da estrada com vista e explicação sobre a erupção do Mount Terawera em 1886.

Informações Úteis

A boa notícia é que esta é uma das poucas atrações turísticas gratuitas em Rotorua.

O centro de visitantes funciona diariamente das 08:30 as 17:30 no verão (Out-Mar) e fecha 1 hora mais cedo no inverno (Abr-Set). Nos finais de semana e feriados abre as 10 da manha

Endereço:

Redwoods Gift Shop & Visitor Centre

Long Mile Road Rotorua

Coordenadas GPS:

Latitude Longitude
S 38 09.068 E 176 16.769

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Oscar Augusto Risch

2 Comentários

  1. avatar
    Posted by Flora| 17/05/2016 |Responder

    Que aula heim… Por 2 vezes tive a oportunidade de ver sequoias na California e me encantei nas duas (ao sul do Yosemite e no Sequoia National Park). Agora preciso conhecer essas ai e as demais belezas da NZ que voce anda postando e me deixando com agua na boca. Abs

    • avatar
      Posted by Oscar Augusto Risch| 17/05/2016 |Responder

      Flora

      Depois de conhecer as sequoias na Califórnia as Redwoods de Rotorua não vao ter muita graça não.. Apesar de gratuito, acho que é um passeio que vale para quem nunca esteve na California antes.. Se você quer conhecer algo florestal na Nova Zelândia, eu sugiro a floresta de kauri (2 maiores pinheiros do mundo depois das sequoias) e que são nativas da Nova Zelândia..
      Abs

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