Wairarapa Coast Nova Zelândia

Wairarapa Coast: Explorando o extremo sul da ilha norte da Nova Zelândia

Wairarapa Coast

Localizada à cerca de aproximadamente 1 hora e meia de carro do centro de Wellington, conhecer a Wairarapa Coast pode ser um programa super interessante para quem tem 1 ou 2 dias “sobrando” no roteiro e quer conhecer algo diferente e interessante nos arredores da capital neozelandesa.

Se você curte enoturismo, eu já falei um pouco sobre a região neste outro post aqui. Afinal de contas, a região de Wairarapa, mais especificamente a região de Martinborough possui inúmeras vinícolas de pequeno e médio porte que produzem alguns dos melhores Pinot Noirs da Nova Zelândia e que com seu estilo de boutique wineries cujos vinhos são produzidos em pequena e média escala, realmente valem a visita.

Neste post, vou deixar a parte do enoturismo de lado e vou levar vocês a conhecer um pouco mais das belezas naturais dessa região. Mais especificamente num passeio de carro entre Martinborough e o Cape Palliser, também conhecido como ponto mais meridional da ilha norte da Nova Zelândia.

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Quando exploramos a região de Wairarapa, saímos bem cedinho de Wellington (07:30 da manhã) e seguimos até o destino final, o Farol do Cape Palliser. Como de praxe, em qualquer viagem de carro pela Nova Zelândia não conseguimos fazer o trajeto sem parar pelo caminho várias vezes para tirar algumas fotos. Sendo assim, chegamos ao ponto final da estrada só por volta das 10 e meia da manhã.

Do centro de Wellington até o farol do Cape Palliser são aproximadamente 140 km sendo que os últimos são em estrada de terra em relativo bom estado de conservação. Quando finalmente chegamos ao nosso destino, estacionamos o carro e encaramos a escadaria do Cape Palliser Lighthouse com seus “intermináveis” 258 degraus. Sim eu contei 😛

Apesar de a escadaria do farol não estar em seu melhor estado de conservação e sua escalada ser digamos um pouco íngreme e cansativa. O visual que temos lá de cima definitivamente compensa todo o esforço empreendido para chegar até lá em cima.

Construído em 1897 o farol de Cabo Palliser é todo feito de ferro e tem 18 metros de altura e está situado numa encosta a aproximadamente 78 metros acima do nível do mar. Pesando mais de 45 toneladas o farol de Cape Palliser foi fabricado na Inglaterra e manualmente operado por um faroleiro por quase 1 século, até ser totalmente automatizado em 1986. Hoje seu funcionamento é controlado remotamente através do staff do Maritime NZ, que está baseado em Wellington..

Operando com uma lâmpada de 1000 W de potência, o farol do Cape Palisser pode ser visto a uma distância de até 16 milhas náuticas (aproximadamente 48Km) para dentro do Cook Strait e é um referencial importantíssimo para navegação desta turbulenta costa, notavelmente famosa por suas fortes rajadas de vento em dias de tempestade.

Depois de curtirmos o visual do local e do farol por um bom tempo, iniciamos nosso retorno em direção à Martinborough, onde no período da tarde visitamos algumas vinícolas e aproveitamos para almoçar. E como de praxe, pelo caminho de volta fizemos questão de parar em algumas das inúmeras praias desertas da região para algumas fotos desta selvagem costa da ilha norte neozelandesa.

Como vocês podem perceber nas fotos que ilustram o post, o litoral da Wairarapa Coast é bem dramático e quase inabitado. Isso não é por acaso, apesar das paisagens desta região serem absolutamente fantásticas. Morar por alí não é digamos assim uma boa idéia não…

Toda esta região está situada numa região de intensa atividade sísmica e com grande exposição a ventos fortíssimos que passam dos 150km/h, especialmente durante os meses de inverno. Apesar de inóspita para morar é linda para se visitar.

Assim como a costa da região de Kaikoura na ilha Sul, o litoral de Wairarapa é bastante pedregoso e conta com algumas colônias de leões marinhos. Tanto que uma de nossas paradas na estrada foi justamente para observar estes simpáticos animais que por muitos anos foram incessantemente caçados e hoje, felizmente, são protegidos por lei.

Na verdade quando visitamos esta região pela primeira vez logo que mudamos para Auckland, ainda não conhecíamos a ilha sul e ficamos literalmente encantados com os leões marinhos. Principalmente quando encontramos uma pequena piscina natural com pelo menos uma dezena de filhotes socializando entre si, enquanto seus pais curtiam uma boa soneca. Tenho que dizer, este foi um daqueles  momentos que jamais irei esquecer. Hoje em dia ver colônias de leões marinhos pela costa da Nova Zelândia já virou algo corriqueiro, mas sempre muito legal de se ver.

Pelo caminho ainda fizemos algumas outras várias paradas pelas praias existentes ao longo da estrada. Em algumas destas praias encontramos conchas de Paua. Uma concha verde-azulada e furta cor de um tipo de abalone endêmico da Nova Zelândia que em alguns casos, podem ser maior que o tamanho da palma da sua mão. Você geralmente encontra essas conhas polidas e vendidas como souvenir ou mesmo como artesanato ou bijouteria.

O único vilarejo que encontramos pelo caminho é Ngawi. Uma pequena vila de pescadores, que em sua grande maioria são descendentes de Maoris. O local é caracterizado por uma pequena frota de barcos pesqueiros que são retirados e colocados no mar com o auxílio de uns tratores antigos, digamos quase vintage.

E quase no finalzinho de nosso passeio pela costa da Palliser Bay fizemos uma outra parada e caminhamos por uns 40-50 minutos até as estranhas e curiosas formações dos pináculos de Putangirua.

Uma maravilha geológica formada por 120 mil anos de erosão pluviométrica e eólica. Poderíamos ter explorado um pouco mais da região se tivéssemos um pouco mais de tempo. Mas como ainda queríamos visitar pelo menos umas 4 vinícolas em Martinborough, explorar um pouco mais da paisagem do Aorangi Forest Park vai mesmo ficar para uma próxima visita.

Por sinal, o local do Putangirua Pinnacles foi usado como pano de fundo pelo diretor Peter Jackson para a gravação de algumas cenas do terceiro filme do Lord of the Rings “The Return of the King” com o Aragorn, Legolas e Gimli passando por ali na cena em que eles estão viajando pela Dimholdt Road para encontrar o exército dos mortos.

Terminando o passeio pela Wairarapa Coast chegamos ao Lake Onoke, um lago de agua doce/solobra, que na verdade é uma espécie de restinga e onde existem alguns lugares para acampar e algumas opções simples de hospedagem caso queira ficar hospedado por alí para explorar melhor a região.

Lago na Wairarapa Coast

Dali, além do lago, no horizonte podemos observar as Rimutakas, as montanhas que tivemos que cruzar para chegarmos na região de Martinborough vindos de Wellington.

Lake Onoke em Wairarapa Coast

Se optar por ficar 2 dias explorando a região da Wairarapa Coast, no segundo dia não deixe de conhecer Castlepoint. Esta peculiar praia que na verdade está localizada na caldeira de um vulcão extinto é um ponto muito procurado para pratica do Surf e Windsurf e tem paisagens fantásticas. Castlepoint está já bem mais ao norte de Cape Palisser a cerca de 170 km tanto de Wellington quanto de do Farol do Cape Palisser.

Informações Úteis:

O passeio de carro até o Cape Palliser Lighthouse leva pelo menos meio dia. E pode ser tranquilamente combinado com a visita a algumas vinícolas de Martinborough. Vale lembrar que a partir de Martinborough não existem postos de combustível nem local para comprar comes e bebes. Nem mesmo o celular funciona bem quando se chega a costa. Então é bom levar pelo menos algo para tomar e ter pelo menos ½ tanque de combustível (just in case).

Se quiser explorar as trilhas do Putangirua Pinnacles o ideal e reservar umas 3-4 horas para o passeio. A trilha é bastante pedregosa e o ideal é ter um calçado e roupas adequadas para caminhadas.

Se optar por conhecer Castlepoint, considere se hospedar uma noite em Masterton ou Carterton.

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Obrigado!!

Oscar Augusto Risch

7 Comentários

  1. avatar

    […] O litoral da região é também algo que você não pode deixar de conhecer. Então quando estiver na região, não deixe de dirigir até o Farol do Cape Palliser (Ponto mais ao sul da Ilha Norte da Nova Zelândia). Pelo caminho, além de encontrar inúmeras belíssimas praias desertas, vocie provavelmente verá vários leões marinhos. Isso sem falar no próprio farol e sua escadaria com mais de 250 degraus. Conto mais sobre essa parte do passeio neste outro post. […]

  2. avatar
    Posted by Blog Viagens Cine (@viagenscine)| 11/05/2015 |Responder

    Já imaginava que era cenário do Peter Jackson. Lindos lugares!!!

    • avatar
      Posted by Oscar Augusto Risch| 11/05/2015 |Responder

      Com Certeza!!!
      Ainda mais estando tão pertinho de Wellington 😀
      Obrigado pela visita
      Abs

  3. avatar
    Posted by Carmen L.| 11/05/2015 |Responder

    Nova Zelândia está em o meu top ten (agora mais que nunca). Gostei muito do post!

    • avatar
      Posted by Oscar Augusto Risch| 11/05/2015 |Responder

      Carmem
      Olha eu sou suspeito.. Era para ficar na NZ por até 8 meses.. Estou aqui a quase 3 anos e não tenho vontade de ir embora 😀
      Super recomendo conhecer 😀
      Abs

  4. avatar
    Posted by Tenyson Alberto| 11/05/2015 |Responder

    Boa noite!
    Inicialmente quero parabenizar pelo site, show de bola!!! Em seguida, gostaria de uma sugestão de roteiro, pois, você posta lugares inimagináveis e não tenho tanto tempo assim, rsrsrs. Tenho 8 dias apenas, poderia sugerir algo para visitar a NZ?

    • avatar
      Posted by Oscar Augusto Risch| 11/05/2015 |Responder

      Tenyson
      Com apenas 8 dias eu sugeriria você concentrar sua viagem na ilha sul. Embora a ilha norte tenha lugares fantásticos, a Nova Zelândia do imaginário da maior parte das pessoas é a ilha do Sul. Nesse caso recomendo você explorar região de Queenstown+Fiordes e quem sabe região dos lagos em Mackenzie e tendo tempo esticando até os Glaciers no West Coast ou Kaikoura no East Coast.. Tudo vai depender do que voce tem vontade de conhecer.Dê uma espiada nos nossos posts sobre a ilha sul => https://www.viajoteca.com/category/destinos/oceania/nova-zelandia/ilha-sul/
      Abs

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