- On 11/02/2016
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Viagem de trem pela ilha Norte da Nova Zelândia: Northern Explorer
Viagem de trem pela ilha Norte da Nova Zelândia: Northern Explorer
A Nova Zelândia é conhecida mundo afora como um país recheado de incríveis e dramáticas paisagens. Sabendo disso, todo viajante ávido por conhecer, comtemplar e fotografar um pouco mais deste verdadeiro paraíso na terra, deveria embarcar numa surpreendente viagem de trem pela Ilha Norte da Nova Zelândia à bordo do Northern Explorer.
Para quem nunca ouviu falar, o Northern Explorer é uma das poucas viagens de trem que você pode fazer pela terra dos Kiwis. Na verdade, esta é a mais longa das viagens de trem que você pode fazer pela Nova Zelândia.
O Northern Explorer é explorado pela KiwiRail Scenic Journeys e é uma interessante jornada ferroviária de aproximadamente 12 horas de duração entre a maior cidade do país (Auckland) e a sua capital (Wellington).
Atravessando o coração da Ilha Norte da Nova Zelândia, o viajante pode, ao longo do caminho, comtemplar paisagens e biomas diversos que incluem campos, florestas, vulcões, canyons, montanhas, rios e muitas outras coisas bonitas. E de quebra, ainda desfrutar de todo o conforto e experiência que o novo Northern Explorer proporciona aos seus viajantes.
Apesar de a viagem de trem entre as duas principais cidades da ilha norte da Nova Zelândia não ser a forma mais rápida, eficiente e barata de transporte entre elas nos dias de hoje. Esta foi, por muitos e muitos anos, a principal e mais popular forma de transporte de passageiros entre a Wellington e Auckland. E que, desde meados de Junho de 2012, voltou a ser uma forma interessante de se “turistar” pela ilha norte desde que o novo Northern Explorer substitituiu a antiga e obsoleta composição do Overlander.
Percorrendo uma distância de 681 km através do North Island Main Trunk (maior e mais importante ferrovia da Nova Zelândia), a viagem à bordo do Northern Explorer além de ser um verdadeiro colírio para os olhos, é, ao mesmo tempo, uma relaxante e confortável jornada, recheada de surpresas pelo caminho.
Ao longo do trajeto de quase 700 km, o Northern Explorer atravessa diferentes tipos de terrenos e paisagens e que vão desde planícies aluviais, planaltos vulcânicos, desfiladeiros, canyons, rios, cachoeiras, montanhas e já no finalzinho do viagem (para quem sai de Auckland) , uma parte do trajeto, antes de chegar em Wellington, é literalmente à beira mar.
Pelo caminho, o Northern Explorer ainda cruza inúmeras cidades e vilarejos e inúmeras maravilhas da engenharia ferroviária. Ao todo são pelo menos 25 viadutos ferroviários, 14 túneis e uma impressionante espiral ferroviária.
Em outras palavras, são quase 12 horas viajando numa extasiante paisagem bucólica que mais parece ter saído de uma pintura. Então, vamos viajar de trem pela ilha norte da Nova Zelândia com a gente?
Northern Explorer : Viajando de Trem entre Auckland e Wellington
Durante os 3 anos que vivi na Nova Zelândia, fiz essa viagem 2 vezes e sempre no sentido Norte => Sul entre Auckland e Wellington. E uma vez parcialmente, no sentido contrário entre Ohakune e Auckland.
Infelizmente, todas as vezes que viajei com o Northern Explorer, o tempo não estava digamos dos melhores. Mesmo assim, apesar de nunca ter pego sol e céu azul em todo trajeto, todas as viagens foram inesquecíveis.
Na primeira viagem mesmo, saí de Auckland debaixo da maior chuva. E na época, cheguei a pensar que a viagem poderia ser um tédio total, visto que o trem viaja a uma velocidade média de uns 60km/h e a principal atração da viagem, querendo ou não, são as paisagens ao longo do caminho.
Naquela época, ainda estava digamos “conhecendo” o tempo na Nova Zelândia. Porém estava confiante e preparado para uma super aventura, até porque viajar de trem é talvez uma das minhas modalidades de transporte favorita no mundo.
Por via das dúvidas, só para garantir, também peguei um bom livro para ler, coisa que acabei nem chegando quase a fazer ao longo do passeio. E como, até então não tinha certeza de como seriam as opções de comidas a bordo no vagão restaurante, levei alguns sanduíches e algumas coisinhas para tomar. Desta forma, garantindo que não passaria fome e tédio se tudo desse errado. Afinal seriam quase 12 horas sob os trilhos neozelandeses.
Neste post vou basear o relato dessa viagem de acordo com a minha primeira experiência à bordo no trem do Northern Explorer, uma vez que boa parte desse post na verdade é baseado num post que havia publicado originalmente lá no meu blog pessoal. Porém as fotos e alguns tópicos extras que ilustram o post foram baseadas em todas as viagens que fiz com o Northern Explorer.
Viajando de Auckland em direção à Wellington de Trem
Com aproximadamente 30 minutos antes da partida do Northern Explorer, trocava o e-ticket da passagem comprada pela internet pelo bilhete físico num pequeno quiosque da Kiwi Rail Scenic Journeys no Britomart Station no centro de Auckland. O Britomart é uma moderna estação que serve também como ponto de partida e chegada para os trens urbanos que operam na região da grande Auckland e que até Dezembro de 2015, era também o ponto de chegada e partida do Northern Explorer em Auckland.
Infelizmente desde o inicio de 2016, no entanto, as chegadas e partidas do Northern Explorer em Auckland estão acontecendo na Auckland Strand Station que fica a cerca de 1,5 km de distância da Britomart Station que podem ser percorridos de táxi ou em 20 minutos de caminhada, ou em Papakura Train Station para os lados do aeroporto.
Como na primeira vez que fiz essa viagem, tinha acabado de mudar para Auckland e ainda não tinha viajado de trem na Nova Zelândia, aproveitei o tempo antes da partida do trem para conhecer um pouco da estação que até então nunca tinha entrado e também um pouco da composição ferroviária na qual passaria as próximas 12 horas.
Eu viajei com apenas uma mochila. Porém, toda a bagagem pesada e volumosa tem que obrigatoriamente ser despachada num vagão específico para malas. Já a bagagem de mão, pode ser levada na cabine sem maiores problemas. Use o mesmo parametro usado em viagens de avião.
Uma das coisas que realmente achei legal nas viagens de trem da KiwiRail é que os trens são dotados de um sistema de comentário ativado por GPS que vai falando sobre os locais e curiosidades a medida que vamos passando por eles. E melhor do que isso, muitas vezes ele avisa que estamos prestes a passar por algo interessante. Com isso, muitas vezes conseguimos nos preparar e correr para o vagão observatório para tirar fotos das principais atrações ao longo do caminho. Então, eis aqui um pequeno resumo desta viagem e algumas curiosidades encontradas pelo caminho entre Wellington e Auckland:
Viagem de trem na Nova Zelândia: Northern Explorer entre Auckland e Wellington
Exatamente às 07:45 da manhã o Northern Explorer parte de Auckland em direção à Wellington. A locomotiva à diesel se esforça para vencer a íngreme inclinação do túnel, antes de emergir à luz do dia. Logo ao sair do subterrâneo da estação de Britomart você consegue avistar o porto de Auckland e o terminal de containers à esquerda, e parte das plataformas abandonadas da estação de 1930 para a direita.
Em seguida, ao invés de seguir em direção à Newmarket, o trem do Northern Explorer vira à direita e passa por um aterro através da Orakei Basin (uma cratera submersa de um vulcão extinto). Pelo caminho adiante, cruzamos por alguns trens suburbanos locais, que vão ficando cada vez mais raros à medida que nos afastamos da cidade viajando em direção à Papakura através dos subúrbios de Auckland.
De Auckland até Hamilton, a primeira etapa da viagem, o trem passa por pequenas cidades, vilarejos, fábricas e fazendas. Alguns trechos com paisagens interessantes, com alguns vulcões extintos espalhados no horizonte da paisagem. E muitas e muitas vacas e bezerros ao longo de todo o caminho. Por um momento, você até chega a pensar: A Nova Zelândia não era a terra das ovelhas?
Boa parte deste trajeto até Hamilton o trem viaja ao longo das margens do Waikato River (o rio mais longo da Nova Zelândia), e onde encontramos um dos maiores pólos de pecuária leiteira da Nova Zelândia. O que explica então a enorme quantidade de vacas que visualizamos pelo caminho.
Passamos então pelo Monte Taupiri com seus 288 metros de altura. Considerado uma montanha sagrada pelos povos da bacia do Waikato River. Este é o local onde muitos dos antepassados e chefes das tribos locais estão enterrados, incluindo todos os reis Maori.
Hamilton é primeira parada oficial do trem. Considerada a quarta maior cidade da Nova Zelândia e a capital da agroindústria leiteira da Nova Zelândia, alguns poucos passageiros desembarcam por alí, enquanto outros embarcam dali. O trem para por cerca de pouco mais de 10 minutos, o suficiente para dar um pulo do lado de fora e tirar algumas fotos do trem com a luz do dia.
Porém, é a partir de Hamilton é que a paisagem começa a ficar interessante de verdade. A planície imediatamente ao sul do Hamilton está entre as mais férteis do mundo. E se você já achava enorme a quantidade de vacas pelo caminho, neste trecho a quantidade de vacas leiteiras é absurda. Mas por alí também, timidamente já começam a aparecer alguns rebanhos de ovinos e de criação comercial de cervídeos.
Ao atravessar a ‘fronteira” entre Waikato e King Country, podemos observar no horizonte o Monte Pirongia, um enorme vulcão extinto/dormente com seus 959 metros de altura que segundo o o sistema de comentário do passeio, chega a ficar com o pico coberto de neve durante o inverno.
King Country por sua vez, recebe este nome pois no final do século XIX, esta era uma região governada por reis Maoris. Tanto que na década de 1870, o governo da Nova Zelândia admitiu que não tinha qualquer controle sobre esta região o que atrasou a construção da ferrovia conectando as duas principais cidades do país. No entanto, em 1882, depois de um acordo que selou a paz entre o governo neozelandês e os reis maoris e que uma ferrovia finalmente passou a ser viável atravessando este território.
O levantamento topográfico para construção da ferrovia começou no ano seguinte em 1883 e a construção da ferrovia, dois anos mais tarde, em 1885. Porém seriam necessários mais outros 23 anos até que Auckland e Wellington fossem de fato finalmente conectadas por trem.
O trem então se aproxima da região das cavernas de Waitomo. Apesar de o Northern Explorer não parar mais em Te Kuiti , uma pequena cidade de pouco menos de 5.000 habitantes e que se intitula de capital mundial da tosquia de ovelhas, como o Overlander fazia. Hoje, o Northern Explorer pára em Otorohanga e de lá fica ainda mais fácil para visitar as famosas cavernas de Waitomo.
Seguindo viagem adiante, alguns minutos depois, o Northern Explorer atravessa o viaduto Waiteti. Construído em 1887, este é o viaduto mais antigo da North Island Main Trunk Railway Line.
E depois de passar por este pontilhão, o trem segue seu caminho em direção ao vale do rio Ongarue por uma pitoresca paisagem a caminho de Taumarunui.
A partir dali, e nas próxima uma ou duas horas, você vai começar a perceber o quão verde e frondosa, a Nova Zelândia é. Neste trecho da viagem, o Northern Explorer segue o seu caminho através de vales exuberantes, montanhas, rios, e com um pouco de imaginação você quase consegue ver os buracos dos hobbits nas colinas!
De fato, segundo o narrador no nosso passeio, Peter Jackson (realizador e produtor da trilogia “Senhor dos Anéis” e “The Hobbit”) revelou a algum tempo atrás que estava supostamente à bordo de um trem entre Auckland e Wellington aos 18 anos de idade e lendo a obra de J.R.R. Tolkien pela primeira vez, quando ele percebeu o quão parecido é a paisagem da Nova Zelândia com a Terra Média de J.R.R Tolkien.
Cerca de 30 minutos após de nossa passagem por Taumarunui, a tripulação anunciou que o Northern Explorer estava prestes a entrar na famosa espiral de Raurimu. Na verdade, uma enorme obra de engenharia para a época em que a estrada de ferro foi construída.
Formada por um conjunto de grandes curvas e dois túneis, a espiral Raurimu foi a forma como os engenheiros ferroviários que construíram a North Island Main Trunk Railway Line venceram os quase 230 m de elevação do terreno de transição para o central plateau em menos de 6 km de trajeto.
Neste trajeto, o trem do Northern Explorer parece dar voltas e mais voltas e parece dobrar sobre si mesmo. A decisão de construir tal espiral e não procurar outro traçado para a estrada de ferro, se deve principalmente ao objetivo de fazer com que a estrada férrea passasse próxima ao Tongariro National Park. Considerado o terceiro mais antigo Parque Nacional do Mundo, o Tongariro National Park é famoso por suas trilhas pelos vulcões e suas estações de esqui.
Como resultado da Raurimu Spiral, a estação National Park (2a Parada do trem), base e entrada do Parque Nacional de Tongariro está localizada à cerca de apenas 11 km por ferrovia, e apenas 5,6 km em linha reta.
Projetada em 1898, a espiral de Raurimu foi adotada em detrimento de outra proposta de traçado que aumentaria ou tamanho da estrada ligando o parque à estação de trem em cerca de 20 km e ainda implicaria na construção de vários viadutos caros e difíceis de serem construídos.
Este é sem dúvida um dos trechos cênicos mais bonitos de toda a viagem, quando você pode observar o Mt. Ruapehu, Tongariro e Ngauruhoe geralmente com seus picos branquinhos de neve. Mas infelizmente das 3 vezes que passei de trem pela região do Tongariro National Park, duas delas estava com céu encoberto e para piorar, na primeira vez estava chovendo muito.
A National Park Station está localizada à cerca de 7 km de Whakapapa Skifield no centro de Tongariro National Park, onde além da melhor e maior estação de esqui da ilha norte da Nova Zelândia, encontramos o famoso Chateau Tongariro. Ou seja, se você estiver visitando a Nova Zelândia durante o inverno e curte esquiar, este pode ser um passeio/stopover interessante para se fazer.
O Northern explorer fica parado em National Park Station por alguns minutos enquanto alguns passageiros desembarcam e outros seguem viagem adiante. Em dias de tempo bom, é possível observar os 3 enormes vulcões que formam o parque a distância. É lindo!!
Após deixar a National Park Station, o trem passa por uma sucessão de viadutos, sobre florestas densas de Rimu e desfiladeiros com rios caudalosos lá embaixo.
O primeiro que cruzamos é o famoso Viaduto Makatote. Localizado à cerca de 11 quilômetros ao sul do Parque Nacional, esta é a mais alta estrutura de aço de toda a ferrovia com cerca de 260 metros de comprimeiro o equivalente a quase 90% do tamanho da torre Eiffel e que fica à uma altura de quase 80 metros acima do nível do rio.
Cerca de um ou dois minutos depois, o Northern Explorer passa por Manganuioteao onde os engenheiros finalizaram a última etapa da construção da estrada de ferro ligando Auckland à Wellington. E foi alí que o então primeiro-ministro da Nova Zelândia, Joseph Ward ajudou a instalar o último trilho da ferrovia em 1908.
Quando concluída, a nova ferrovia reduziu a viagem de Auckland para Wellington de 3 dias de carroça ou navio, para apenas 14 horas de trem. Um pequeno obelisco cinza marca exatamente o ponto onde a ferrovia que vinha sendo contruída do norte encontrou a que vinha sendo construída a partir de Wellington.
Alguns viadutos adiante, chegamos ao Hapuawhenua Viaduct, o mais impressionante de todos viadutos na minha opinião. Embora ele tenha sido substituído, em 1985, por outra estrutura colossal, mas de concreto.
Você pode ver viaduto de aço original de 1908 (agora em desuso mas percorrível à pé ou bicicleta) à sua esquerda e seu tamanho impressiona e chega a ser assustador pensar que até não tanto tempo atrás, passavam trens enormes por ali.
Minutos depois de cruzarmos o Hapuawhenua Viaduct, chegamos a terceira parada do Northern Explorer. A simpática Ohakune onde você poderá observar outra peculiaridade da Nova Zelândia, pequenas casas de madeira com influência vitoriana. Construídas originalmente para os funcionários que trabalhavam para Cia. estatal de trens da Nova Zelândia. Apesar delas terem sido contruídas a mais de 50-70 anos atrás, muitas delas estão em perfeitas condições.
Afinal de contas, a grande maioria delas foram construídas com Kauri (madeira nobre e em extinção aqui na Nova Zelândia) e resistem muito bem ao tempo e que estão firmes e fortes até os dias de hoje.
Uns 10 minutos após deixar Ohakune o Northern Explorer passa sobre a Tangiwai Bridge, sobre o rio Whangaehu. Após os enormes viadutos no Tongariro National Park, esta ponte parece pequena e inexpressiva. Porém foi alí que aconteceu o pior acidente ferróviário da história da Nova Zelândia.
Era véspera de Natal de 1953, e um lahar formado por um lago numa das cratera do Monte Ruapehu se rompeu gerando um verdadeiro tsunami de água, lama e rochas vulcânicas de aproximadamente 6 metros de altura que correu pela encosta da montanha destruindo tudo que encontrava pelo caminho. Das 285 pessoas à bordo daquele trem, 151 pessoas morreram quando a locomotiva e os cinco vagões da segunda classe mergulharam instantaneamente no rio e foram arrastados centenas de metros pela correnteza por volta das 22:21 do dia 24 de Dezembro de 1953. Um sexto vagão, ironicamente de primeira classe, foi o único que não mergulhou instantaneamente no rio, dando tempo para todos os passageiros serem resgatados e eventualmente ajudar no salvamento de sobreviventes da tragédia.
Seguindo adiante, alguns minutos depois o trem passa pelo acampamento do exército em Waiouru. Nesta parte do trajeto o trem percorre uma paisagem estéril e quase desértica localizada à cerca de 800 metros acima do nível do mar. Por alí há pouca vegetação a não ser algumas poucas gramíneas que resistem ao frio, altitude e a rasa profundidade de solo desta região.
Uns 15-20 minutos adiante, já iniciando a descida do central plateau em direção à Wellington, passamos por outra curva fechada enorme, conhecida como Turangere Horseshoe, que contorna um pequeno vale verde.
Dali, o trem segue em direção ao enorme desfiladeiro do dramático canyon do rio Rangitikei. E a medida que o trem avança pelo planalto vulcânico de Marton, ele passa por uma série de enormes viadutos e ocasionalmente por um ou outro túnel e segue viagem em direção à Palmerton North a penúltima parada antes de chegarmos ao nosso destino.
Passando por Palmerston North seguimos viagem por cerca de quase 2 horas através de uma paisagem muito verde antes de o trem atingir a costa na altura de Paraparaumu. Nesta parte da viagem a paisagem é dominada pela criação de ovinos que saem em disparada à medida que o trem avança seu caminho pelos trilhos. Chega até a ser divertido ver as ovelhas absolutamente desesperadas com a passagem do trem.
Quando finalmente chegamos à costa o trem percorre um considerável trecho pelo litoral. Além é claro de oferecer aos viajantes excelentes vistas para a areia e as ondas quebram a poucos metros dos trilhos. Por esta hora, o sol já estava começando a querer se pôr o que deixava a paisagem ainda mais fascinante e no horizonte podemos observar Kapiti Island.
Depois de 11 horas de 15 minutos de viagem nos aproximamos de Wellington. Na aproximação final à capital da Nova Zelândia, passamos por uma série de túneis. Inclusive o mais longo de toda a ilha norte. Até finalmente chegarmos ao nosso destino final na imponente estação ferroviária de Wellington.
Construída em 1937 ela é hoje a maior estação ferroviária de toda a Nova Zelândia e está a poucos metros do Parlamento e da Beehive de Wellington, sede do executivo neozelandês. Welly, apelido carinhoso dado à capital da Nova Zelândia, é a capital mais austral do planeta e conta com uma série de coisas bacanas para serem exploradas.
Uau ! Que imagens fantásticas!
Oi Tereza
E olha que nem coloquei todas as fotos que eu tirei,na nossa página no Facebook tem mais, espia lá ?
O que me surpreende na paisagem são os terrenos e plantas tão verde claro e brilhantes, diferente daqui que costuma predominar um verde mais escuro na vegetação, Vc usou algum filtro nas fotos ou as cores são estas mesmas? Lindo d+. (e já tô ficando com vontade de conhecer a Nova Zelândia tb!)
Simone
Em algumas fotos eu usei o filtro polarizador sim. Isso para dar uma realçada no verde aliada a uma exposição um pouco mais prolongada.. Porém como o trem estava em movimento, algumas fotos ficaram borradas. De uma forma geral, posso te afirmar que o verde é intenso assim mesmo..Principalmente pelo fato dessa viagem também ter acontecido no início da primavera.
Além disso, tudo depende muito da luz e do horário que você esta fotografando.. Neste dia peguei chuva e Sol e isso, apesar de atrapalhar as fotos em alguns momentos, também faz algumas fotos ficarem incríveis por conta da película de água que fica sobre a vegetação.. Bem nesta viagem eu tirei quase 700 fotos e destas mais da metade forma para o lixo.. É por essas e outras que levei quase 3 dias para terminar de escrever, e separar as fotos que ilustram esse post
Só tenho uma coisa a dizer a Nova Zelândia é linda de morrer ?
Adorei o post!!! Fiquei só relembrando e sonhando com minha próxima viagem pra Kiwiland!! Parabéns!!
Obrigado pela visita.. E na sua próxima viagem à Kiwiland, considere incluir esta viagem. O trem novo é ótimo e se voce curte essas paisagens as quase 12 horas passam num piscar de olhos.. Vai por mim 😀
Nossa vocês estão de parabéns, ótimo post, provavelmente não irá dar pra eu fazer essa viagem, pois ficarei um mês estudando, e os dias do trem não são muito amigáveis, uma pena.. estão de parabéns!
Henrique
É verdade os dias que o trem parte de Auckland não são os melhores.. É puxado, mas até dá para encarar sair no sábado cedo daqui e voltar no mesmo dia à noite de avião.. Outra solução é fazer a viagem no sentido inverso.. Voar até Wellington na sexta a noite ou sábado pela manhã e voltar de trem no Domingo
Abraço
Grande post! Tão grande quanto legal. Adoro viagens de trem! Já fui de Machu pichu até Cuzco e também rodei a Itália de trem, mas a melhor até gora foi cruzar o Canadá de Halifax até Vancouver. Fiquei curioso: será que é possivel cruzar a Nova Zelandia de trem? Talvez atravessando o canal entre as ilhas…
Sim é possível praticamente cruzar toda a Nova Zelândia de trem. O Northern Explorer faz o trajeto entre Auckland e Wellington (conforme descrito neste post) De Wellington você tem que pegar o Ferry (Interisland) para atravessar o Cook Strait até Picton de onde você pode seguir viagem com o Coastal Pacific até Christchurch no meio da ilha sul. De lá pode pegar o TranzAlpine até Greymouth cruzando as montanhas da ilha sul numa que é considerada uma das viagens de trens mais bonitas do mundo..
Abraço
Woooow!! Lindas as fotos!! Imagine se o dia estivesse com sol e céu azul. To gostando bastante de saber mais da NZ. Só não gostei muito dessas 12 hrs de viagem, não dava pra ser um pouquinho mais rapido?!?!?
Os outros passeios de trem q vc citou sao assim tao demorados?
:))
Bruna
Pois é no dia que fiz o passeio o tempo não estava uma Brastemp mesmo assim foi bem legal..
Os outros dois passeios (Tranz Alpine e Coastal Explorer) demoram em média 4-5 horas cada perna.. Geralmente o pessoal que faz os outros passeio vai e volta.. A ideia de 12 horas num trem pode assustar um pouco.. Mas tenho que dizer que é uma das formas mais legais de conhecer o interior de um país tão lindo como a NZ.. Fiz também os outros dois passeios de trem pela Nova Zelândia e você pode ver eles aqui
Abraço
Onde mais eu leria sobre a NZ de forma tão boa. Deveriam escrever um livro contando essas experiencias. Os textos são maravilhosos
Jussara
O Blog não deixa de ser uma espécie de livro.. Um dia quem sabe quando tivermos um pouco mais de experiência não escrevemos um livro de verdade mesmo.. Obrigado pela visita e pelas palavras
Cada vez que vejo seus artigos me da mais vontade de morar na NZ…rsrsrsrs. Fiquei 1 mês e voltei com a sensação de que poderia passar a vida por aí.
Abraços
Guilherme
Obrigado.. A Nova Zelândia é mesmo show de bola…
Aaaiiiiiiiiiii……Viajei junto c/ vc! Q loucura! Adoro trens (quase nasci em um) e quem sabe ainda faça essa viagem. Marido tem família em NZ. Obrigada pelas fotos, bjs mil!!!
Judy
Que legal saber que vocie viajou comigo.. Até porque fiz essa viagem sozinho desta vez ?
Super recomendo a viagem… Isso que nem fiz os outros dois passeios que dizem ser tão ou até melhores que este..
Bjs
Que riqueza de detalhes. Me senti viajando também. Eu gosto muito de viajar de trem e ir curtindo a paisagem. Esta NZ é linda demais.. Continue escrevendo sobre o país!
Flora
E olha que este nem é teoricamente a viagem mais cênica de todas.. No inverno quero fazer o TranzAlpine e o Coastal Pacific na ilha Sul.. Esses são bem mais curtos e também passam por paisagens talvez até mais bonitas..
Obrigado pela visita
Adorando conhecer a NZ com vcs Oscar! E tirando as ovelhas, estou gostando muito de ver uma NZ fora dos clichês! Belo país que vcs foram morar hein?! bjus!
Guta
Pois é.. Estamos dando sorte nos lugares que estamos indo morar né?! Espero sinceramente que continue assim ?
A Nova Zelândia é mesmo surpreendente.. Pena que além de longe, não é um dos lugares mais baratos para se fazer turismo.. Isso explica em parte o porque a grande maioria dos turistas que visitam o país vem no esquema de mochilão.. Mas o que tem me assustado mesmo é o preço das atrações…Se bem que depois de morar nos EUA esses parâmetros certamente estão fora da normalidade ?
Mas ainda sim tenho que dizer que a NZ vale cada centavo gasto
Bjs
Oi Oscar!! I crivel sua viagem! Vc consegue me dizer quanto custa atravessar de Auckland até a ilha sul de trem?
A viagem de trem entre Auckland e Wellington custa no preço normal 219 NZD na tarifa reembolsável em alta temporada. Para chegar até a ilha sul você tem que pegar o Ferry até Picton. Neste caso a travessia custa 75 NZD.. Para maiores informações sobre o ferry acesse este site aqui
[…] praticamente do lado de Waitomo em várias oportunidades, como quando nas duas vezes que viajei de trem com o Northern Explorer, acabei sempre deixando uma visita à região das cavernas mais famosas da Nova Zelândia para […]