Roteiro de viagem de Motorhome pela Nova Zelândia – parte I

Roteiro de Motorhome pela Nova Zelândia - Parte 1

Roteiro de Viagem de Motorhome pela Nova Zelândia – Dia 01

Christchurch => Moeraki

Pernoite: Moeraki Boulders Kiwi Holiday Park

Distância percorrida: 281 Km

Saímos de Auckland cedinho e por volta das 08:10 da manhã estávamos aterrissando no aeroporto internacional de Christchurch. Depois de pegar nossas malas na esteira, ligamos para a empresa com a qual alugamos nosso motorhome e pegamos o shuttle até a sede temporária da Maui / Britz. Lá resolvemos algumas burocracias relacionadas ao aluguel do veículo, e depois de uma rápida vistoria e algumas dúvidas sanadas, iniciamos nossa viagem de 8 dias com nosso campervan.

Depois de colocar as malas em “nossa casinha ambulante” e ajustar retrovisores e afins, a primeira providência foi seguir até o supermercado mais próximo que encontramos. Devidamente abastecidos com mantimentos para a viagem, seguimos em direção a State Highway 1 (SH1) sentido sul.

Depois de cerca de 60 km de estrada, a primeira parada foi logo após cruzarmos a Rakaia River Bridge. Com aproximadamente 1.8 km de extensão, a ponte sobre o Rakaia River é a mais longa ponte da Nova Zelândia. Destino renomado para pesca de salmão, Rakaia oferece diversas opções de passeios para quem curte pescaria. Logo na entrada da cidade, existe uma estátua gigante de um Salmão que vale a parada para a foto.

Além do salmão, Rakaia é também, ao lado de Methven, uma das cidades mais próximas do Mt. Hutt Snowfields. Se você estiver fazendo esta viagem entre meados de junho e outubro, dá para quem sabe dar um pulo lá para esquiar ou fazer snowboard.

Aproximadamente 30 km adiante na SH1 chegamos em Ashburton. Uma cidade baseada no agronegócio existente nas planícies de Canterbury. Entre algumas atrações da cidade temos o Ahsburton Domain, um parque bastante arborizado e com belos jardins. Uma ótima parada para esticar as pernas.

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Após cruzarmos a interseção da SH1 com a SH79 entramos em território completamente inédito para nós aqui na Nova Zelândia. E esta viagem de Campervan veio justamente para sanar esta lacuna em nosso curriculum de viagens pela Nova Zelândia.

Próxima parada foi em Temuka, uma pequena cidadezinha fundada em 1853 para a criação de ovelhas. Porém hoje, é associada em toda a Nova Zelândia como a capital neozelandesa da cerâmica. Em nossa passagem pela cidade vimos peças interessantes de cerâmica (especialmente da série pohutukawa) durante nossa visita a Temuka Pottery.

Cerca de 20 km adiante, chegamos em Timaru. Considerada a maior cidade de South Canterbury, Timaru tem inúmeros edifícios eduardianos, em sua maioria construídos utilizando o que os locais chamam de Bluestone. Uma espécie de granito oriundo da solidificação da lava do Mt. Horrible, um vulcão extinto localizado no backdrop da cidade. Com belíssimas praias, como Caroline Bay, eleita uma das melhores praias da ilha Sul da Nova Zelândia, Timaru é um destino bastante popular durante o verão.

A cidade conta ainda com belos jardins, como o Timaru Gardens e o renomado Trevor Griffiths Roser Garden. Este último conta com mais de 1200 variedades diferentes de rosas, que faz do local uma das maiores coleções de rosas do hemisfério sul.

Depois de cruzarmos o caudaloso Waitaki River, que escoa as águas dos belíssimos lagos do Mackenzie Basin, chegamos em Oamaru. Uma das maiores surpresas dessa viagem, Oamaru abriga a maior coleção de edifícios históricos tombados encontrados na Nova Zelândia. Uma graça de cidade que surgiu na segunda metade do século XIX.

Roteiro Viagem Ilha Sul Nova Zelandia (2)

Oamaru e sua peculiar arquitetura

Além de uma fantástica arquitetura em estilo vitoriano, Oamaru é famosa por abrigar uma das maiores colônias de blue pinguins da Nova Zelândia. Como chegamos muito cedo, uma vez que os pinguins só aparecem no início da noite, acabamos não visitando o local naquela hora. Decidimos seguir viagem para nosso destino final em Moeraki e acabamos voltando no início da noite para ver os Blue Pinguins retornando para a Colônia.

Roteiro Viagem Ilha Sul Nova Zelandia (1)

Igreja matriz em Oamaru

Pelo caminho para Moeraki acabamos ficando parado na estrada por quase 1 hora por conta de um incêndio causado por uma maria fumaça, que ao expelir fagulhas da sua caldeira, iniciou nada mais nada menos que 22 focos de incêndio na sua jornada entre Dunedin e Oamaru, o que certamente deu bastante trabalho para os bombeiros da região.

Incendio

Helicóptero em ação apagando incêndio causado pela maria fumaça

Como não tinhamos previsão de quanto tempo ficaríamos parados na estrada, decidimos fazer uma rápida visita à Totara Estate. Considerada o berço da indústria de carnes da Nova Zelândia, foi desta fazenda que o primeiro carregamento de carne congelada saiu de Port Chalmers em Dunedin em direção à Inglaterra em 1882.

Roteiro Viagem Ilha Sul Nova Zelandia (3)

Totara Estate – Primeira exportadora de carne congelada da Nova Zelândia

Finalmente com o fogo sob controle, graças à ação de dois helicópteros e pelo menos 4 carros de bombeiros, podemos continuar viagem em direção a Moeraki. Como já era início da tarde, seguimos direto para nosso primeiro Holiday Park da viagem, onde passaríamos nossa primeira noite num campervan.

Hampdem Beach

Praia em frente ao nosso primeiro Holiday Park 

Depois de fazermos nosso check-in e garantir nosso lugarzinho no local, fomos jantar no aclamado Fleurs Place. Um restaurante fantástico que ganhou fama internacional depois que o celebrity chef Rick Stein foi convidado pelo The Guardian a viajar para qualquer lugar no mundo para escrever um artigo para renomado jornal inglês e acabou escolhendo esse restaurante como seu destino.

Localizado numa antiga estação baleeira, o restaurante serve frutos do mar fresquíssimos e conta com uma vista fantástica para a Moeraki Bay. Enquanto nos deliciávamos com vieiras e num Tarakihi (peixe nativo da Nova Zelândia), uma foca resolveu aparecer e fazer graça para imortalizar o momento.

Depois de devidamente alimentados, aproveitamos que nesta época do ano (Jan/Fev) escurece tarde para dar um pulo no Katiki Point. Lá encontramos não apenas um belíssimo farol, mas diversas focas e a melhor surpresa do dia: os famosos pingüins do olhos amarelos (Yellow Eyed Penguin).

Para quem nunca ouviu falar, o Yellow Eyed Penguim é considerado a mais rara das 17 espécies de pinguins existentes no mundo. Endêmicos da Nova Zelândia, eles são encontrados apenas em ilhas offshore como Chatham Islands, Campbell e Auckland Islands além de algumas regiões isoladas do sudeste da ilha Sul da Nova Zelândia. Estima-se que a população deles no “mainland” seja de apenas 400-450 indivíduos e nesta visita vimos nada mais nada menos que 0,5% de toda a população.

Esperávamos encontrar com os Yellow Eyed Penguins na região de Curio Bay no Catlings, não logo no primeiro dia. Ou seja, simplesmente fantástico. Como este nem era ainda o motivo principal de pernoitamos em Moeraki, fomos conhecer os famosos Moeraki Boulders.

As esferas de pedra do Moeraki Boulders Scenic Reserve tem sido objeto de lendas e curiosidade há muitos anos. Quase perfeitamente redondas, com uma circunferência de aproximadamente 4 metros, as esferas de pedras estão espalhadas ao longo de um trecho de 164 metros de praia.

Acredita-se que elas tenham se formado no fundo do mar cerca de 60 milhões de anos atrás como sais calcários gradualmente acumulados em torno de um núcleo duro. A lenda Maori por sua vez, diz que as pedras são as cestas de alimentos que foram levadas pelo mar até a praia depois do naufrágio de uma canoa ancestral fazendo sua épica jornada para a Nova Zelândia a partir de Hawaiiki.

Infelizmente como a maré estava alta, os boulders em Moeraki Beach não estavam totalmente expostos. Ainda assim, não totalmente expostos e não super fotogênicos com as maré alta, observar este fenômeno geológico único e de difícil compreensão é algo que atiça a curiosidade.

Depois de vermos cerca de 20 Hoihos, nome maori para o Yellow Eyed Penguim, no Katiki Point, decidimos retornar à Oamaru para observarmos os blue penguins retornando a colônia depois de um dia inteiro no mar. Chegamos logo no início do anoitecer e o local estava bem cheio de turistas. Pagamos nossos ingressos e seguimos para a área “VIP do local” onde podemos observar a chegada dos mesmos no seu caminho de volta para casa.

Estima-se que a Colônia de Blue Penguins de Oamaru tenha cerca de 500 a 700 indivíduos. Depois de nadarem por até 40-50 km num dia, os pinguins desta que é a menor espécie de pinguins do mundo, se reúnem em alto mar, e em grupos de 20-50 indivíduos, nadam juntos em grupos em direção da costa. Observá-los chegando na praia é emocionante.

Oamaru Blue Penguim Colony (1)

Blue Penguins retornando para a colônia

Ficamos observando vários desses pequenos grupos de pequenos pinguins chegando na praia em intervalos de 10-20 minutos entre si. Como já passava das 23:00, decidimos voltar para Moeraki mesmo sabendo que menos da metade da colônia já estava de volta. Ainda assim foi super legal… Não tem como não se apaixonar pelos pingüins.

© Oamaru Blue Penguins

Blue Penguin

Todos os posts já publicados sobre Christchurch 

Roteiro de Viagem de Motorhome pela Nova Zelândia – Dia 02

Moeraki => Otago Peninsula

Pernoite: Portobello Village Tourist Park

Distância percorrida: 94 km

O segundo dia de nossa viagem de campervan pela ilha Sul da Nova Zelândia era para ter começado bem cedinho, logo no amanhecer, quando a luz é ainda mais interessante para tirar boas fotos dos Boulders, em Moeraki. Mas depois de um primeiro dia intenso, acabamos dormindo super tarde e acabamos esquecendo de colocar o despertador para ver o sol nascer em Moeraki Boulders.

Enfim, apesar de ter perdido o nascer do sol em Moeraki Boulders, acordamos por volta das 07:15 da manhã. Tomamos nosso café da manhã na Campervan e zarpamos em direção à Dunedin. Nossa primeira parada foi a cerca de 15 km de Moeraki, em Shag Point. Uma pequena península que avança sobre uma área de estuário, onde a vida marinha abunda e, como o próprio nome sugere, tem muitos Shags.

Os Shags são uma espécie de Biguá bastante comum na costa da Nova Zelândia. Além de muitos Shags e gaivotas avistamos também inúmeros leões marinhos (New Zealand Fur Seals). Aproveitamos a visita ao local para fazer uma pequena trilha, que apesar do vento forte foi bem interessante.

Seguindo adiante em direção à Dunedin, a próxima parada foi em Palmerston. Embora hoje não seja tão grande e importante quanto Palmerston North na Ilha Norte da Nova Zelândia, Palmerston “South” é uma cidadezinha com rica arquitetura colonial que remonta ao tempo da corrida do ouro na região de Otago. Fizemos uma rápida parada na cidade para tomar um café no Design Withdrawls Café, já que café de filtro não é mais a mesma coisa depois de viver na Nova Zelândia.

Continuando em direção à Dunedin, assim que cruzamos a ponte Waikouaiti, entramos à esquerda numa rota turística que segue via Karitane, passando por belíssimas paisagens e inúmeros mirantes e seguimos em direção ao Orokonui Ecosantuary, uma reserva da vida selvagem (predator free) onde você tem a oportunidade de conhecer inúmeros animais nativos da Nova Zelândia, num dos últimos remanescentes de floresta úmida desta parte do país.

Como depois desta parte da viagem já estava próximo da hora do almoço, seguimos em direção à Port Chalmers. Um importante vilarejo portuário que na primeira metade do século XIX foi um importante pólo baleeiro e que graças a corrida do ouro em Otago, a partir de 1863, chegou a ser o terceiro maior porto da Australasia. Foi também de Port Chalmers que o primeiro navio refrigerado partiu em 1882 levando carne congelada produzida na Totara Estate para a Inglaterra. A riqueza do porto pode ser facilmente constatada na interessante arquitetura do local.

Para almoçar, acabamos escolhendo o restaurante do histórico Carey’s Bay Hotel. Apesar do péssimo atendimento, uma vez que era domingo e o local estava lotado de locais, a comida era gostosa. Este por sinal foi o hotel / bar / restaurante que o explorador antárctico Ernest Henry Schackleton e sua tripulação da heróica Expedição Transantarctica Imperial de (1914-1917) ficaram hospedados antes de partir para a Antarctica com o navio Endurance.

Devidamente alimentados seguimos então em direção a simpática cidade de Dunedin. Conhecida como a Edinburgh do Sul, Dunedin é uma cidade universitária com fortes laços culturais com a Escócia. Nesta visita não tivemos a oportunidade de conhecer muita coisa na cidade a não ser a belíssima estação de trem e seus jardins.

Considerada uma das construções mais fotografadas da Nova Zelândia, a estação ferroviária de Dunedin, fica praticamente na frente da fábrica de chocolates da Cadbury. Como era domingo e a fábrica não estava funcionando, acabamos desistindo da idéia de fazer um tour pela produção. Porém, gostamos tanto de Dunedin que já estamos com passagens marcadas para passar alguns dias por lá em Abril.

Deixando Dunedin, seguimos em direção à Otago Peninsula. Nosso destino final seria a colônia Albatrozes no Taiaroa Head. Pelo caminho, aproveitamos para fazer uma paradinha no Glenfalloch Woodlands Gardens, um jardim centenário repleto de árvores, azaléias, magnólias, fúcsias e dezenas de outras plantas nativas e exóticas combinadas em estilo naturalístico que em alguns aspectos me fez lembrar muito do Winterthur Gardens em Delaware nos EUA.

Roteiro de Viagem de Motorhome pela Nova Zelândia – Dia 03

Otago Peninsula => Catlings

Pernoite: The Wristling Frog Resort

Distância percorrida: 165 km

Iniciando os trabalhos do terceiro dia de nossa roadtrip de campervan pelo sul da ilha sul da Nova Zelândia, visitamos os jardins do Lanarch Castle. Considerado o único “castelo” da Nova Zelândia, Lanarch Castle na verdade foi a mansão do banqueiro, empresário e político William Lanarch. Construído entre 1873 e 1887, a mansão ficou abandonada por décadas depois que seu dono se suicidou nas dependências do parlamento em Wellington em 1898. Comprado por Barry e Margaret Barker em 1967, o “castelo” foi restaurado e hoje é considerado uma das Top atrações da região de Dunedin.

Antes de deixarmos a região de Dunedin em direção à região do Catlings, aproveitamos para conhecer duas das mais populares praias de Dunedin: St. Kilda e St. Clairs Beach. Demos também uma rápida passada pelo Jardim Chinês da cidade, sem dúvida o mais bonito da Nova Zelândia. Já no caminho para o Nugget Point no Catlings, aproveitamos para uma rápida passagem no supermercado em Mosgiel para reabastecer a dispensa.

Pelo caminho visitamos o Lake Waihola, um lago relativamente raso, bastante popular durante os meses mais quentes do ano (se isso existe em Dunedin) para a prática de esportes náuticos como remo, waterski, pesca e afins. Além disso, o local é interessante para praticantes do Birdwatching, visto a grande concentração de aves.

Mais ao sul cruzamos a ponte de arcos sobre o imponente Clutha River e chegamos na cidade de Balclutha. Considerada a maior cidade do sul da Otago, Balclutha encontra-se às margens do poderoso rio Clutha. Considerado o maior rio da Nova Zelândia em termos de volume, ele drena boa parte dos lagos do Southern Lakes district e flui rapidamente através da cidade fornecendo um ponto focal, bem como uma série de atividades recreativas, como a pesca de trutas e esqui aquático.

Ponte em Balclutha

Ponte sobre o Clutha River em Balclutha

Em Balclutha deixamos a SH01 e seguimos em direção ao Kaka Point na Molyneaux Bay, onde o Clutha River desemboca no Pacífico. Como a esta altura já era hora do almoço, aproveitamos para estacionar nossa campervan na beira da praia e fizemos nosso primeiro churrasquinho utilizando a churrasqueira à gás localizada na porção traseira do lado esquerdo da nossa Maui Ultima.

Seguindo ao longo da estrada da costa de Kaka Point, chegamos ao Nugget Point Wildlife Reserve. Um belíssimo local na costa do Catlings, que além de um bucólico farol tem vistas espetaculares sobre essa acidentada costa repleta de vida selvagem. As rochas erodidas pela força do mar são chamadas de “nuggets’ e recebem este nome por serem comparados a forma de pepitas de ouro.

Para se chegar ao farol e as plataformas de observação é preciso fazer uma pequena caminhada de 40 minutos a 1 hora que em dias de fortes ventos não deve ser brincadeira. O importante é que no final o visual compensa. A área é rica em vida selvagem e várias espécies de aves marinhas constroem seus ninhos sobre as rochas. As New Zealand Fur Seals (Leões marinhos), ou Kekeno em Maori, também se reproduzem por ali. Outras espécies de mamíferos marinhos podem ser ocasionalmente vistos pela região. No verão, o mar pode ser coberto em grandes bandos de Pardela-preta, conhecidas na Nova Zelândia como Titi.

Depois de tirarmos dezenas de fotos do local e das incríveis formações desta parte do litoral do Catlings, seguimos para Cannibal Bay. Uma baía com uma belíssima praia de areias brancas que recebeu este nome depois que um agrimensor europeu encontrou restos humanos. Hoje Cannibal Bay é criadouro para Leões e Elefantes Marinhos. Infelizmente não chegamos a encontrar nenhum elefante marinho, mas encontramos uma Hooker’s Sea Lion (Phocarctos hookeri) com seu filhote tirando uma boa soneca na areia.

Depois de explorarmos o litoral da região do Catlings, chegou a hora de visitarmos algumas das mais belas cachoeiras da Nova Zelândia que ficam nessa região. A primeira delas foi Purakaunui Falls, uma cascata em diferentes níveis que ficou nacionalmente famosa depois que apareceu num selo do NZ Post em 1976. A segunda delas foi Matai Falls e Horseshoe Falls e ambas ficam ao longo da Southern Scenic Route, sendo que a primeira é acessada a partir de uma estrada secundária de terra. Infelizmente por não estar chovendo muito na época que visitamos o Catlings (o que não deixa de ser bom), as cachoeiras não estavam lá com muita água. Mesmo assim, tenho que concordar que as cachoeiras do Catlings são lindíssimas.

Depois de explorar estas cachoeiras seguimos adiante em direção à região de Chasland onde passaríamos a noite. Pelo caminho passamos pelo belíssimo estuário do Tahakopa River. Para quem tem mais tempo, existe uma trilha de aproximadamente 3 horas ida e volta explorando essa região que parece ser linda. Você então viaja por um trechinho de estrada sinuoso até que de repente chega ao Florence Hill Lookout. Um mirante que apresenta uma visão panorâmica fantástica para a Tautuku Bay, famosa tanto por sua simetria como beleza.

Antes de chegarmos ao nosso campsite, passamos por duas trilhas de aproximadamente 30 minutos cada, Lenz Forest & Bird Reserve no Tautuku Estuary e Lake Wilkie Walk. As quais infelizmente acabamos não tendo a oportunidade de fazer, uma vez que já estava ficando tarde e ainda queríamos visitar a famosa Curio Bay.

E foi justamente para lá que seguimos depois de fazer nosso check in no whistling frog resort campground. Famosa por sua abundante vida marinha, Curio Bay era o local que nós esperávamos finalmente conhecer o raro Yellow Eyed Penguim. No entanto nossa ida até lá não foi em vão. Apesar da pancada de chuva que resolveu cair assim que chegamos ao local, fomos agraciados com o aparecimento de um pod de uns 20 golfinhos.

Detalhe, não era qualquer golfinho e sim, o famoso Hector Dolphin. Encontrados apenas na Nova Zelândia, estes golfinhos do gênero Cephalorhynchus fazem parte de um grupo de apenas 4 espécies encontrados em águas neozelandesas e que além de estarem em sério risco de extinção, são considerados os menores cetáceos do mundo. Foi fantástico observa-los caçando na beira da praia e apesar de alguns raros pulos, consegui tirar algumas fotos que não ficaram lá uma Brastemp, mas valeram o passeio. Vai dizer que eles não parecem umas orquinhas em miniatura?!

Passada a euforia com os Hectors, seguimos então em direção a floresta petrificada encontrada por ali. Acredita-se que trata-se de uma floresta de 180 milhões de anos de uma espécie relacionada ao que hoje conhecemos como Kauri e o Norfork Pine, duas Araucariaceas que são parentes distantes do nosso pinheiro do Paraná e que são encontradas aqui no Pacífico sul. Esta floresta, que outrora cobria esta parte do então continente Zealandia, foi coberta por cinzas e lama vulcânica que ao longo de milênios fez com que a madeira sofresse uma transformação química transformando os troncos em pedras. Esta antiga floresta petrificada se estende por aproximadamente 20 km de Curio Bay até Slope Point.

E por fim, podemos observar pelo menos 8 Yellow Eyed Penguins saírem da água e seguir em meio a rochosa Curio Bay até seus respectivos ninhos. Como este é um destino muito visitado por turistas, o Departamento de Conservação delimita a área em que os visitantes podem ir. Ou seja, você vê os pinguins de longe, é legal, mas nem se compara com a experiência que tivemos no primeiro dia da viagem.

Depois de outro dia repleto de passeios maravilhosos, retornamos em direção ao nosso campsite e fomos jantar no excelente Whistling Frog Café. Eu pedi um peixe que estava maravilhoso. Porém gostoso mesmo estava o Lamburger (Hamburguer de Cordeiro) que o meu parceiro pediu. Acho que esse foi o melhor Lamburguer que já comi na Nova Zelândia até hoje.

Todos os posts já publicados sobre o Catlings

Roteiro da Viagem pela Ilha Sul da Nova Zelândia.

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Oscar Augusto Risch

13 Comentários

  1. avatar
    Posted by Patricia Camargo| 13/03/2015 |Responder

    Estou cada vez mais encantada com a Nova Zelândia!! Que paisagens maravilhosas

    • avatar
      Posted by Oscar Augusto Risch| 13/03/2015 |Responder

      Eu sou suspeito, mas quanto mais eu viajo por esse país, mais eu me apaixono por ele..
      Vai ser muito difícil dizer Adeus na hora de ir embora.

  2. avatar

    […] animais ameaçados de extinção residem. Infelizmente não pudemos ir até lá, mas o Oscar do Viajoteca pode contar para vocês a passagem dele por aquele pedaço de paraíso […]

  3. avatar
    Posted by Helder Moreira| 04/04/2017 |Responder

    Antes de mais nada, Oscar, obrigado pelas preciosas informações !
    Farei uma road trip sozinho em campervan em Setembro/2017 nas duas ilhas. Meu roteiro na Ilha Sul é idêntico ao seu, exceto pela direção. Farei no sentido anti-horário (Picton para Christchurch). Em seus textos, em mais de uma ocasião, você recomenda o sentido horário. Isto realmente faz diferença significativa? Ainda tenho tempo de alterar as condições do aluguel.
    Outra pergunta: farei a viagem sozinho. Quais são as dificuldades que você crê que possam surgir por eu adotar este estilo de road trip ?
    Valeu !!!!

    • avatar
      Posted by Oscar Augusto Risch| 05/04/2017 |Responder

      Olá Helder.
      Então eu pessoalmente recomendo o sentido horário por um motivo simples. Como na Nova Zelândia se dirige na mão inglesa, viajando no sentido horário você sempre estará trafegando na pista mais próxima ao mar quando estiver viajando pelo litoral. Com um carro pequeno é relativamente fácil dar meia volta na estrada para parar em um ou outro lugar interessante para fotos. Com um campervan a história é diferente. Viajando pela Nova Zelândia, pelo caminho você irá encontrar vários pontos de parada e logisticamente eu acho mais viável viajar nesse sentido. Claro que indo no sentido anti horário você também vai curtir a viagem, mas é uma dica que eu acho bacana mencionar. Algumas pessoas não ligam para isso..

  4. avatar
    Posted by Mellina Zanon Breda| 21/05/2017 |Responder

    Boa noite Oscar. Parabéns pelas publicações. Realmente inspiradoras.
    Estou planejando uma viagem com meu marido para Nova Zelandia em abril de 2018. Nosso planejamento é ficar de 15 a 20 dias no pais e fazer a viagem de Motor Home. Estamos com dificuldades de estimar os custos de uma viagem como essa. Você saberia nos ajudar com uma estimativa de quanto teríamos que reservar para uma viagem parecida com a que vocês fizeram?
    Muito obrigada pela atenção!

    • avatar
      Posted by Oscar Augusto Risch| 07/06/2017 |Responder

      Olá Melina.. Então passar valores estimados vai depender de uma série de fatores que vão desde o tipo de Motorhome que vocês pretendem alugar, se vão ou não ficar todas as noites em campground, quanto pretendem rodar pelo país , que atrações pretendem visitar e por aí vai. Infelizmente não estou mais encontrando a planilha dessa viagem.

  5. avatar
    Posted by Helder Moreira| 08/06/2017 |Responder

    Sou eu de novo, Oscar.
    Qual foi sua opção de dinheiro na NZ?
    Estou avaliando algumas : cash, cartão de crédito/débito, VTM …..
    Valeu !!!

    • avatar
      Posted by Oscar Augusto Risch| 13/06/2017 |Responder

      Oi Helder tudo jóia?
      Então como nós morávamos na Nova Zelândia, tínhamos uma conta local. No seu caso, e agora que estou voltando para lá (atualmente moro em Hong Kong) no final do ano, eu pretendo usar cartão de crédito e débito para sacar NZD. Os cartões Visa e Mastercard são aceitos em praticamente todo o país. AMEX tem uma aceitação mais restrita. Lembrando que esta ficando cada vez mais comum em alguns lugares (principalmente hotéis) quando você faz o pagamento da sua diária se não fez antecipadamente, muitas vezes eles adicionam um percentual acho que 2.5% de Credit Card Surcharge. Nestes casos ter cash para escapar dessa outra taxinha. coisa que eu pessoalmente acho ridícula mas que está ficando cada vez mais comum na Australia e NZ
      Abs

  6. avatar
    Posted by Leandro Cocenza| 09/06/2017 |Responder

    Olá, estou indo para a nz no final de agosto com a minha namorada e queria esclarecer algumas duvidas:
    -Quando vocês paravam em alguma cidade e iam fazer algum passeio, vocês iam com o motorhome, ou deixavam no Camping e se locomovia de ônibus?
    -Quanto ao valor caução que temos que dar na hora do aluguel da van, você da em dinheiro na hora ou cartão?Eles fazem a devolução no momento da devolução do veiculo(dinheiro ou cartão)?
    -Vocês pagaram o valor do seguro para diminuir o valor da franquia?
    -Meu ingles é bem fraco, você acha que consigo me virar la?hahaha
    Muito legal o blog, parabens!!!
    desde ja muito obrigado

  7. avatar
    Posted by Patrícia| 23/10/2017 |Responder

    Estou lendo todos os post sobre a NZ e adorando! Parabéns!!
    Eu e meu marido vamos fazer um roteiro de campervan entre os dias 29/12/17 e 09/01/08 pela ilha sul.
    Sei que é alta temporada, mas minha pergunta é: achas que preciso reservar os campings para pernoitar? Ou conseguimos estacionar fora de camping tranquilo (caso não tenha plaquinha de proibido)? Apesar de estar com um roteiro pré-programado, não queria ficar engessada por causa das reservas sabe? Mas… se tiver chances de não conseguir vaga… queria saber o achas! Obrigada! 😉

    • avatar
      Posted by Oscar Augusto Risch| 25/10/2017 |Responder

      Oi Patrícia.. Eu acho que como você está indo no final do ano é interessante reservar os campsites principalmente em destinos mais concorridos como Queenstown, Milford Sound e afins. Cada região na Nova Zelândia hoje regulamenta os pontos de parada para campeavas. Se ela tiver banheiro ou “self contained” as chances de vocês conseguir parar fora dos campings são muito maiores.
      Espero ter ajudado
      Abs
      Oscar

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