- On 26/07/2012
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- Tags: Atlanta, Atlanta City Pass, Atlanta History Center, Atrações Turísticas de Atlanta, Comitê Olímpico Internacional, Destino RBBV, Esportes, Estadio Olimpico, Georgia, Historia, Infra-Estrutura, Medalhas, Museu, Museu Olímpico, Museus, Museus de Atlanta, Numismática, Olimpiadas
Museu Olímpico de Atlanta
O Cenntenial Olympic Games Museum foi uma das atrações que visitamos no Atlanta History Center durante nossa visita à capital do estado americano da Georgia. Um interessantíssimo museu (ainda mais as vésperas de olimpíada) que, além de contar a história das olimpíadas de forma prática e didática, retrata todo o processo de candidatura, escolha, execução e legado dos XXVI jogos olímpicos de verão da era moderna.
Para quem não lembra, a 26a edição das olimpíadas de verão aconteceram em Atlanta entre 19 de Julho e 04 de Agosto de 1996. No entanto, o processo de candidatura de Atlanta para sediar olimpíadas começou nove anos antes, em 1987.
Três anos mais tarde, em 18 de Setembro de 1990 na 96a Sessão do Comitê Olímpico internacional (COI) em Tóquio, a cidade faturaria a nomeação com estreita margem de apenas 16 votos sobre Atenas, sendo considerado uma das votações mais “azaradas” da história do COI.
Afinal de contas, os Estados Unidos haviam acabado de sediar tanto os Jogos Olímpicos de Inverno de 1980 em Lake Placid em Nova York, como os Jogos Olímpicos de Verão de 1984 em Los Angeles. Além disso, estavam iniciando também a campanha de candidatura de Salt Lake City para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 1998.
Na época, suas rivais foram Toronto, Melbourne, Manchester, Belgrado e Atenas. A candidatura de Atenas era considerada favorita. Afinal de contas a XXVI edição jogos seria também a edição comemorativa do 100º aniversário da primeira edição dos Jogos Olímpicos da era moderna realizados em Atenas na Grécia em 1896.
No entanto, com a eliminação de Melbourne, Manchester, Belgrado e finalmente Toronto (segunda maior favorita), aliada a desconfiança na capacidade financeira dos gregos fazerem um evento a altura da ocasião, fez a candidatura americana ganhar força e o direito de sediar o centenário dos jogos olímpicos acabaram sendo cedidos a Atlanta. A decisão enfureceu os gregos a ponto de anunciar que nunca mais iriam se candidatar a sede dos jogos olímpicos novamente (Mas voltaram atrás e acabaram sediando os jogos 8 anos mais tarde).
O fato é que até hoje, muito se fala muito na pressão exercida pela Coca-Cola, que foi inventada e tem sede na cidade, na decisão de escolha de Atlanta como sede das olímpiadas de 1996. Todos nós sabemos que o poder econômico, de fato pesa nestas decisões e a Coca Cola é um dos maiores patrocinadores do Comitê Olímpico Internacional.
Deixando de lado as intrigas políticas. Uma das coisa interessantes do museu olímpico de Atlanta, é que ele retrata não só a história dos jogos, os acontecimentos que marcaram história. Mas também os desafios do comitê organizador local em sediar um evento deste porte. E poderia inclusive certamente servir de lição ao Brasil preparar os jogos de 2016. (Se bem que era melhor aprender a fazer a lição de casa com os chineses).
Enfim, pela primeira vez na história, a competição passou a ter mais de 10 mil atletas oriundos de 197 países competindo em 30 diferentes modalidades esportivas. Os Jogos de 1996 deram novos ares ao gigantismo do evento.
Porém, mesmo com toda a organização e preparação, problemas de segurança marcaram a competição. Na madrugada do dia 27 de julho, uma explosão no parque olímpico, no centro da cidade, deixou dois mortos e mais de 100 feridos. Naquela época o terrorismo não era uma palavra tão comum no cotidiano dos EUA como passou a ser depois dos atentados de 11 de Setembro. Mas o incidente gerou uma onda de críticas ao comitê organizador e cogitou-se a possibilidade de se suspender os jogos, já que mesmo com a presença de 35 mil soldados, policiais e centenas de agentes do FBI não impediu o ato terrorista.
Na época o então presidente norte-americano, Bill Clinton, prontamente prometeu tomar todas as medidas necessárias para proteger os atletas e delegações. E, cerca de três horas após a explosão, o Comitê Olímpico Internacional se pronunciou por meio de seu vice-presidente, que garantiu a continuidade dos Jogos. No dia seguinte, todas as competições se realizaram normalmente, após um minuto de silêncio em cada uma das instalações.
Mas fora isso, os jogos olímpicos de Atlanta fizeram história por uma série de outros acontecimentos e recordes quebrados. A olimpíada de Atlanta foi, no meu caso, a segunda olimpíada que me lembro de acompanhar pela TV.
Um dos momentos mais marcantes, o qual me lembro como se fosse ontem, foi o acendimento da pira olímpica na abertura do evento pelo ex-boxeador Muhammad Ali. Apesar de não ter sido tão legal como a acendimento da pira em Barcelona em 1992 (a mais legal até hoje na minha opinião), foi comovente ver Ali, portador do mal de Parkinson acender a pira.
Duas curiosidades interessantes que aprendi no museu olímpico de Atlanta: a primeira foi que a palestina foi reconhecida COI como território autônomo e pode participar dos Jogos Olímpicos, desfilando inclusive com sua bandeira pela primeira vez na história.
A segunda foi que, a única medalha olímpica conquistada por Hong Kong como colônia britânica (1952-1997) foi uma medalha de ouro conquistada no iatismo durante a competição. Ou seja, com a transferência da soberania de Hong Kong para a China em 1997, a cerimônia de premiação foi especialmente única, uma vez que a bandeira colonial de Hong Kong foi hasteada acompanhada pelo hino nacional britânico “God Save the Queen” pela primeira e última vez numa olimpíada.
Pelo museu encontramos diversos objetos históricos e memorabílias relativas aos jogos de 1996, que vão desde as placas com o nome dos países nos desfiles das seleções, passando pelo pódio de premiação dos atletas, uniformes dos países, até a tocha que Mohamed Ali usou para acender a pira. Mas uma das coisas mais legais, na minha opinião foi ver medalhas de todas as olimpiadas até então disputadas e as tochas de todas as olimpiadas desde a olimpiada de Munique.
Quando uma cidade se candidata como sede das olimpiadas, muito se fala do legado que os jogos deixaram para a cidade. No caso de Atlanta, os jogos olímpicos promoveram o desenvolvimento de diversos aspectos do turismo e da infraestrutura de cidade.
O parque olímpico ou Centennial Olympic Park é sem dúvida um dos mais representativos deles. Com uma área de aproximadamente 21 hectares, o local oferece lazer e entretenimento para moradores e turistas que visitam a cidade. Além disso foi fundamental na revitalização do centro da cidade e em seu entorno, hoje, encontram-se 3 das mais visitadas atrações da cidade de Atlanta. (Georgia Aquarium, World of Coca Cola e CNN Headquarters)
Mas o melhor exemplo de legado para a cidade, na minha opinião, foi a ampliação e modernização do gigantesco Aeroporto Internacional de Atlanta Hartsfield-Jackson, que hoje ocupa o posto de aeroporto o mais movimentado do mundo transportando no ano passado mais de 90 milhões de passageiros.
Além é claro da expansão do metrô (Marta) e melhoria dos anéis rodoviários da cidade. Aí eu faço uma pergunta, faltando 2 anos para a copa do mundo e 4 para as olimpíadas no Brasil, qual será o legado concreto que vamos ter depois destes eventos? Acho que a copa do mundo já é um caso praticamente perdido, mas para as olimpíadas, acho que ainda dá tempo.
Informações Úteis:
O Centennial Olympic Game abriu ao público em 2006 no Atlanta History Center. Um complexo de museus e jardins com cerca de 134.000 metros quadrados que incluem um dos maiores museus históricos do Sul dos EUA e duas mansões históricas que juntos contam boa parte dos principais acontecimentos históricos ocorridos ao longo da história de Atlanta.
O Atlanta History Center funciona todos os dias de Segunda à Sábado das 10:00 às 17:30. Nos Domingos abre um pouco mais tarde, ao meio dia.
Os ingressos custam: 16.50USD para adultos, 13 USD para maiores de 65 anos e estudantes (13-18 anos) e 11 USD para crianças (4-12 anos)
O museu é uma das atrações contempladas no Atlanta City Pass que além do Atlanta History Center inclui outras 4 atrações na cidade e custa 69 USD para adultos e 49 USD para crianças (3-12 anos).
O local tem estacionamento gratuito.
Endereço:
Ótimo post!
Não conheço a cidade de Atlanta, mas o aeroporto é um espetáculo. 🙂
Não acho que as Olimpíadas do Rio vão deixar legado algum. Fizeram os jogos Pan Americanos e as arenas construídas não foram aproveitadas depois. Acho que vai ser tudo feito as pressas, mal feito, e não vai durar muito depois dos jogos. #prontofalei Espero estar errada.
Karine
Infelizmente partilho do mesmo pensamento.. Achei um absurdo construírem um velódramo para o Pan e agora ele ter que ser completamente reformado para as Olimpiadas a ponto de sua demolição e construção de outro no local ser mais viável.
]No mínimo deveriam deixar a estrutura de pé e construir outro velódramo em outro lugar..
Mas no fim das contas, vamos gastar os tubos para fazer um negócio meia boca em cima da hora e continuaremos com uma infra-estrutura ridícula e pior vamos ser motivo de chacota mundial em duas oportunidades seguidas..
Pior que se a lição ainda servisse para alguma coisa.. Mas vamos continuar a achar isso tudo normal..
Espero estar redondamente enganado, mas ao que vejo vai ser isso mesmo que vai acontecer..
Obrigado pela visita e pelo comentário
Bjos
Acabei não visitando o Museu Olímpico quando fomos a Atlanta, estava tão empolgada com a coca-cola (risos), que acabei esquecendo do resto ehehe
Mas também foi uma passagem bem rápida por lá. Quero muito voltar a Georgia para conhecer as cidades históricas 🙂
bjos
Mirella
Quando voltarem a Atlanta não deixem de visitar o Georgia Aquarium…
bjs