Rotorua é conhecida internacionalmente como a capital das atrações geotérmicas da Nova Zelândia. Esta simpática cidade de pouco mais de 50 mil habitantes está localizada a cerca de três horas de carro ao sul de Auckland na Ilha Norte. E desde longa data, encanta seus visitantes não apenas pelos seus geysers, lagos de águas termais, fumarolas, mudspots, spas e atividades radicais. Mas também, pelo cuidado com a arborização urbana e principalmente com capricho de seus belíssimos jardins públicos. E é justamente por isso, que no post dessa semana da série: 1 cidade: 1 Atração iremos conhecer um pouquinho mais sobre essa cidade e um dos meus jardins favoritos da Nova Zelândia: O Government Gardens de Rotorua.

Localizada às margens de um lago vulcanicamente ativo, dentro da chamada zona vulcânica de Taupo, a cidade de Rotorua é considerada uma das mais bonitas e turísticas cidades de toda a Nova Zelândia. Reconhecida como o berço do turismo neozelandês desde longa data. A cidade tem uma forta influência Maori e goza de uma ótima reputação entre os seus visitantes.

Muito disso, se deve às propriedades terapêuticas das águas sulfurosas que brotam nos hotsprings nos arredores da cidade. E que desde o início da ocupação humana do país, funciona como um verdadeiro imã atraindo visitantes ao local.

Os primeiros visitantes a descobrir o poder das águas termais sulfurosas de Rotorua foram os Maoris. Porém, foi apenas com a chegada dos primeiros europeus, na segunda metade do século XVIII, que Rotorua descobriu seu verdadeiro potencial turístico.

Percebendo a inequívoca vocação turística do local, toda uma estrutura turística foi aos poucos sendo construída na cidade. Especialmente à partir da segunda metade do século XIX quando as primeiras casas de banhos termais passaram a ser erguidas na cidade financiadas pelo Governo Neozelandes. E foi justamente neste contexto que o Government Gardens acabou sendo criado.

Hoje, o turismo é não apenas uma das principais atividade econômicas de Rotorua, mas possivelmente, graças a ela ainda podemos conhecer algumas atrações geotérmicas na cidade, uma vez que quase 60% da atividade geotermal da Nova Zelândia foi perturbada de alguma forma pelas usinas de geração de energia geotérmica.

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Situados na margem sudoeste do lago Rotorua, bem no centro da cidade, os Jardins Governamentais de Rotorua (Government Gardens) eram originalmente conhecidos como Paepaekumana. E abrangem uma área com forte significado cultural e espiritual para a tribo Ngati Whakaue onde, de acordo com algumas lendas Maoris, um poderoso chefe tribal chamado Ngatoroirangi criou toda a atividade geotérmica ali presente.

Paepaekumana era também o local onde os importantes chefes maoris tribo Ngati Whakaue eram enterrados e onde muitas batalhas entre tribos rivais foram travadas no passado. Além disso, por estar situado as margens de um rico ecossistema lacustre, o local servia também como abundante fonte de alimento, especialmente peixes de espécies de água doce e aves. Assim como ponto para a coleta de plantas usadas para obtenção de fibras naturais e pigmentos para o tingimento das mesmas utilizadas para a confecção das roupas e utensílios domésticos.

Para os colonizadores europeus da segunda metade do século XVIII, a região não passava de um matagal com intensa atividade geotérmica e  com várias piscinas com propriedades terapêuticas. Visando “europeizar” o local, os britânicos “forçaram a tribo a fazer doação” da região para que a mesma fosse transformada numa área de recreação em benefício dos povos do mundo e das futuras gerações.

E foi assim que, no final do século XVIII, os britânicos resolveram transformar o Paepaekumana num jardim inglês formal que passaria a ser conhecido como Government Gardens. E assim, várias árvores de grande porte foram plantadas no local, incluindo abetos japoneses e outras coníferas. Muitas das quais, permanecem vivas até os dias de hoje. Além disso, vários gramadões, campos de bocha e canteiros foram adicionados ao local.

Percebendo a oportunidade de transformar a região no “Spa do Pacífico Sul”, em 1908, o governo da Nova Zelândia inaugurou, aos moldes dos Spas Europeus, uma grande e elaborada casa de banhos termais. Construído em estilo Tudor Elisabetano tardio. Este magnífico edifício, abriga hoje, o peculiar museu de Rotorua. E imediatamente acabou se transformando num dos principais landmarks da cidade e um dos edifícios mais fotografados da Nova Zelândia.

Já no início da década de 30, um segundo edifício foi construído em estilo mediterrâneo alí na região do Government Gardens. O Blue Baths, que acabou fazendo história, pois foi uma das primeiras termas no mundo a permitir que homens e mulheres socializassem na mesma piscina. Além do uso medicinal, o propósito da Blue Baths era a diversão, onde os visitantes poderiam ter a chance de se socializar ao estilo das estrelas de Hollywood. Completamente restaurada e exibindo toda sua glória, a Blue Baths oferece a chance de relaxar em águas termais, desfrutando de um cenário fantástico.

Além da Bleu Baths, hoje Rotorua apresenta uma série de “spas” com águas termais e terapêuticas, tendo o Polynesian Spa um dos mais famosos e acessíveis no centro de Rotorua. Nós experimentamos e adoramos a experiência e todas as vezes que pernoitamos em Rotorua, fizemos sempre questão de nos banhar nas piscinas sulfurosas do local.

Como visitamos Rotorua em diversas oportunidades, já que é um destino ótimo de fim de semana para quem está em Auckland, podemos conferir as inúmeras atrações do entorno do Government Gardens, mas o mais interessante na minha opinião, sempre foi ver os jardins floridos com diferentes tipos de flores ao longo do ano como vocês podem conferir nas fotos que ilustram este post.

Além de circular pelas dependências do jardim não deixe de explorar algumas atrações geotérmicas como a Rachel Springs ou Whangapipiro Hotsprings com suas águas escaldantes que servem de fonte para a Blue Baths e o Polynesian Spa.

Ainda nas dependências do jardim, você ainda irá encontrar inúmeras esculturas da mitologia Maori, algumas das quais com placas explicando sua respectiva história. Eu acho essas histórias da mitologia maori um barato.

E por fim, não poderia deixar de falar das flores… Perdi as contas de quantas vezes visitamos Rotorua, mas se tivesse que escolher uma época para ir ver esse jardim seria no final de Setembro e início de Outubro quando as tulipas estão florindo.. Ahh na primavera/verão não deixe de dar um passeio pelo Klamath Falls Rose Garden.

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