Localizado em Matamata no coração da principal região produtora de laticínos da Nova Zelândia, o de Preaux Lodge foi o local onde tivemos nossa primeira experiência de Farmstay aqui na Nova Zelândia. Embora tenhamos pernoitado por apenas 1 noite no local, a experiência foi sensacional. Este é o tipo de programa super recomendado para quem curte contato com a natureza, os animais e a realidade de uma fazenda de um país internacionalmente reconhecido pela sua hospitalidade e pelos seus excelentes produtos agropecuários de exportação.
Aproveitando nossa visita à Hobbiton, decidimos experimentar um Farmstay e ficar numa das inúmeras fazendas existentes na região de Waikato. Fizemos nossa reserva através do e-mail do site do próprio Hobbiton Movie Set Tours que em conjunto com alguns fazendeiros da região oferecem esta modalidade de estadia.
Na verdade só descobrimos em qual fazenda iríamos ficar hospedados quando chegamos em Hobbiton e fizemos nosso check in para o passeio pelo condado dos Hobbits. E pelo visto demos muita sorte!!
Encerrado o passeio por Hobbiton, pegamos o mapinha que nos foi dado no ticket counter da atração e seguimos por pouco mais de 17km em direção ao fazenda onde iríamos passar a noite.
Pelo caminho, passamos por inúmeras fazendas de gado leiteiro, pouca gente sabe disso, mas a Nova Zelândia é o maior exportador mundial de latícionios do mundo e a região de Waikato na ilha norte do país é o principal pólo produtor do país e uma verdadeira bolha de desenvolvimento fomentada pelo agro-negócio.
Assim que saímos da rua principal e entramos na estradinha de acesso à fazenda do de Preaux Lodge, logo podemos perceber que esta não era uma fazenda qualquer. Depois dirigirmos de algumas dezenas de metros por uma belíssima alameda arborizada, chegamos a casa (quero dizer mansão) que iria nos receber naquela noite. Chegamos a pensar que estávamos no lugar errado, mas o mapa e o numero da casa dizia que estávamos certos. Enfim, estacionamos o carro e batemos na porta.
Num primeiro momento ninguém atendeu, mas podemos perceber algum movimento do lado de fora à nossa direita no jardim. Era nossa anfitriã, Joy Diprose, com seu tratorzinho aparando o impecável gramado. Assim que ela nos viu, suspendeu as atividades e veio calorosamente nos receber.
Enquanto pegávamos nossa mala e preparávamos para entrar, seu marido, Ian Diprose apareceu e veio nos comprimentar e acompanhar. Assim que entramos no Lodge, nossa primeira impressão foi ual!! Jamais imaginariamos encontrar e pernoitar num Farmstay tão sofisticado e moderno como este. Até brincamos entre nós dizendo: “Pois é!! Acho que precisamos rever urgentemente nossos conceitos de viver na fazenda”.
Depois de conhecermos nosso quarto, conhecemos também outros aposentos da casa que deve ter sido terminada de construir a não mais de 2 anos atrás e além de acabamento de primeira tem entre outras coisas aquecimento e painéis solares.
Papo vai, papo vem comentei que tenho uma prima casada com um neozelandês e que eles atualmente moram no sudoeste da Bahia, onde também tem uma fazenda de gado leiteiro que hoje produz leite no Brasil com tecnologia e know how Kiwi.
Vendo meu interesse e curiosidade no assunto, nosso anfitrião nos convidou para conhecermos a fazenda de um dos seus irmãos e onde pudemos acompanhar um pouco do final do processo de ordenha das vacas (Jersey Cows) naquele finalzinho de tarde.
Durante o passeio, além de uns respingos não muito perfumados, aprendemos muitas coisas sobre a pecuária leiteira da Nova Zelândia. Por sinal, depois dessa visita quando for ao Brasil preciso finalmente conhecer a Leitíssimo.
Encerrada a visita à fazenda do irmão do nosso anfitrião, voltamos para a fazenda onde fomos conhecer um pouco mais da propriedade e dos animais. A primeira parada foi nas vacas da raça “holandesa” (Friesian Cows). Curiosas que só elas, logo que perceberam que estávamos nos aproximando no pasto, todas elas vieram em nossa direção e só não nos cercaram pois respeitam, e com razão, o fio da cerca-eletrica da área de pastagem delimitada pela mesma que barrava a passagem das mesmas para o lado de fora.
Embora o Ian tenha sido criador de ovinos por aproximadamente mais de 30 anos, ele falou que a criação de ovelhas na Nova Zelândia não é mais tão atrativa monetariamente falando quanto a criação de gado leiteiro. Especialmente na ilha norte e em terrenos mais planos, como na região de Waikato.
Mesmo assim, na propriedade eles ainda contam com aproximadamente 30-40 ovelhas, pois além de serem o “símbolo” da Nova Zelândia, foi com a criação destes animais que Ian e Joy ganharam a vida e sustetaram a família.
Querendo ou não, ver e interagir com as ovelhas é o tipo de experiência que qualquer turista que vem à Nova Zelândia e fica num Farmstay espera ter por aqui. Entre estes turistas, incluímos nós também!! Enquanto papo vai e papo vem, aproveitamos para alimentar algumas das ovelhas da fazenda. Infelizmente esta não era a época delas terem filhotes, o que geralmente acontece entre Agosto e Outubro.
Encerrando o tour pela propriedade, conhecemos a horta da fazenda, local onde vários dos ingredientes do jantar e do café da manhã que comemos enquanto ficamos lá hospedados foram produzidos. Apesar de não ser muito grande, a horta é um capricho só…
Enfim depois disso tudo, era hora de tomar um bom banho e se preparar para o jantar, quero dizer banquete que a Joy estava preparando enquanto estávamos fora. Tão logo que entramos na casa, deu para perceber que o jantar seria caseirinho e delicioso só pelo cheiro que emanava da cozinha.
Para o jantar tivemos: Kumara (Batata doce) cultivada na fazenda e assadas no forno envolta em bacon e mel e temperada com alecrim; vagem e couve flor cozido no vapor e temperada com mel e queijo blue cheese; batatas assadas no forno com queijo parmesão; salada de tomates orgânicos da horta com alface e queijo feta; frango caipira assado no forno e uma salada de quinoa com vegetais. Tudo isso acompanhado com um Sauvignon Blanc de Marlborough ou Shiraz de Barossa Valley.
E a melhor parte ainda estava por vir, a sobremesa: Pavlova com calada quente de frutas vermelhas, chantilly e sorvete de baunilha. Estava tudo tão bom e gostoso que acabei esquecendo de tirar foto de tudo.
Depois da sobremesa ainda conversamos um pouco com nossos anfitriões e em seguida fomos descansar. No dia seguinte cedinho tomamos café da manhã com ovo, bacon e pão caseiro assado no dia. Tudo fresquinho e delicioso.
Terminado o café, demos uma volta pela propriedade para tirarmos mais algumas fotos da fazenda e dos animais e lá pelas 10:30 da manhã nos despedimos de nossos simpáticos anfitriões e seguimos viagem de volta para casa em Auckland.
Confesso que não vejo a hora de ficar num Farmstay novamente, desta vez talvez na ilha sul com uma criação de ovelhas, de preferência numa época em que os filhotes estejam nascendo.
Veja os comentários
Que espetáculo de fazenda! Acho que não conseguiria só pernoitar, Oscar... rsss....
Acho que viver por um ou dois meses, estaria de bom tamanho!
Abs,
Fabiane,
Nós só pernoitamos pois foi uma viagem de final de semana, mas realmente não seria má idéia passar uma temporada num lugar como aquele não :D
Obrigado pela visita
Abs
Que delícia de passeio! Isso que é realmente férias, sem caos, sem poluição, sem bagunça a noite toda das grandes cidades!
Parabéns pelo passeio e obrigada por compartilhar essa maravilha conosco!
Helena
Obrigado pela visita: A experiência foi super legal e não podia deixar de compartilhar aqui no Blog :D
Lindo, lindo! NZ está na minha lista de desejos de viagem :)
Parabéns pelo blog, muito legal!
Abraços
Karen
A NZ é linda.. Uma pena que seja um destino ainda um pouco caro e longe do Brasil.. Mas tendo a oportunidade não deixe de conhecer.. Quase todo mundo que eu conheço e que visita a NZ sai daqui dizendo que este é o país mais bonito do mundo :D
Abs