- On 13/05/2010
- In América do Norte Estados Unidos Washington DC
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Cerejeiras de Washington DC – O espetáculo da Cherry Blossom
Depois de passarmos o dia anterior fazendo compras nos Outlets de Rehoboth Beach em Delaware. Estava pensando o que poderíamos fazer no dia seguinte, foi quando lembrei que em Washington nesta época do ano (final de Março/Início de Abril) acontece o Festival Nacional da Florada das Cerejeiras.
Florada Cerejeiras
Enquanto jantávamos no restaurante Rasa Sayang de comida malaia, resolvi dar uma olhada na Internet pelo iPhone para saber exatamente quando que este Festival e a floração das cerejeiras começava, para minha surpresa o festival já estava em curso desde o dia 27.
Flores de Cerejeira em Washington DC
Não tive dúvidas decidimos que no dia seguinte 01/04 iriámos a Washington contemplar esse espectáculo de beleza tão efêmera, que marca o início da primavera.
Delicadesa das flores de cerejeira
Obviamente não existe lugar melhor no mundo para isso que no Japão, embora o gênero Prunus sp tenha origem na China e Índia , cruzamentos controlados, melhoramento genético e mutações induzidas ao longo de séculos acabaram por criar centenas de variedades as quais fazem parte da cultura daquele país de tal maneira, que hoje muitas pessoas acreditem que as espécies tenham suas origens no arquipélago. Estima-se hoje existam no Japão mais de 300 variedades diferentes da espécie.
Enfim, a Florada das Cerejeiras é algo tão importante para a sociedade japonesa que todos os anos, a agência meteorológica emite boletins diários para um público estimado em 100 milhões de pessoas que acompanham a sakura zensen (a frente de floração das cerejeiras) conforme ela avança no sentido Sul-Norte através do arquipélago Japonês.
No Japão a Sakura, como é chamada a floração das Cerejeiras, é celebrada por todo país, com seus HANAMI (apreciação das flores e/ou piquenique sob a florada) . Uma tradição que remonta o final dos anos 700 d.C.
Por ser uma espécie com flores tão delicadas, que surgem logo no início da primavera, quando quase todas as outras espécies arbóreas ainda estão em período de dormência e ainda por apresentar um ciclo fenológico floral de curtíssima duração (cerca de duas semanas, com apenas três ou quatro dias de pico), a sakura tem um forte simbolismo, e é frequentemente relacionada com a natureza transitória da vida. Servido de inspiração para as mais diversas formas de arte, como música, artes gráficas e até mesmo nos mangás.
Fazendo uma analogia com o Brasil a Sakura esta para o Japão, assim como o Carnaval esta para o Brasil. Esse talvez seja, o acontecimento mais esperado durante o ano todo e que o país literalmente pára para apreciar a florada.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os pilotos japoneses (inclusive os kamikases) pintavam sakuras nos seus respectivos aviões ou levavam ramos delas em suas missões suicidas. O Governo usava essa tradição como forma de incentivar os soldados a acreditar que suas almas de guerreiros reencarnariam como cerejeiras em flor.
Mas enfim como é que esta árvore de beleza ornamental indescritível, passou a ser celebrada também nos EUA? Fazendo com que nesta época do ano, a capital dos EUA tenha um motivo a mais para ser visitada.
Obelisco visto do Tidal Basin
A história das Cerejeiras de Washington remonta há quase um século atrás, quando a cidade recebeu em 1912 as primeiras mudas de Cerejeiras de presente da cidade de Tóquio para celebrar a então crescente amizade entre os EUA e o Império do Japão.
Cerejeiras de Washington
Em uma cerimônia simples no dia 27 de Março de 1912, a primeira-dama Helen Herron Taft e Viscondessa Chinda, esposa do então embaixador do Japão nos EUA, plantaram simbolicamente as duas primeiras árvores do Japão no Tidal Basin na margem norte da baia do Rio Potomac.
Memorial Jefferson emoldurado pelas cerejeiras
Em 1935 ocorria pela primeira vez na história o festival nacional da floração das cerejeiras “National Cherry Blossom Festival”.
Veio a Segunda Guerra Mundial, a relação amistosa entre os dois países se complicaram culminando com o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki. O Japão assina sua rendição incondicional e com o passar do tempo as relações voltam a ficar mais amistosas.
A ponto de em 1965 a então Primeira-dama Lady Bird Johnson aceitar mais 3.800 mudas da árvores oriundas do Japão.
No entanto em 1981, um fato curioso, horticultores japoneses receberam mudas de árvores produzidas a partir de estacas colhidas em Washington para substituir algumas árvores do palácio Real Japonês que haviam sido destruídas em uma enchente em Tokyo no Japão. Podemos até dizer que as Cerejeiras de Washington serviram como uma espécie de Banco de Germoplasma. Visto que estas eram as únicas mudas clonais reconhecidamente produzidas com estacas das árvores destruídas.
Desde 1994 o Festival foi ampliado para duas semanas, e hoje acomoda um cronograma com diversas artísticas e culturais durante toda a Floração das Árvores. Onde turistas são literalmente compelidos a aproveitar a programação cultural e de quebra admirar as cerejeiras emoldurando os monumentos da capital norte americana.
Essa talvez seja, sem sombra de dúvidas, uma das melhores épocas para se visitar Washington DC. Estacionamos nosso carro próximo à Casa Branca, nosso primeiro destino na cidade. No jardim em frente ao departamento do tesouro americano e na praça em frente a casa branca onde haviam Magnólias Rosas Floridas, que estavam belíssimas e de quebra perfumavam seu entorno.
Magnólia florida em frente ao Dpto Tesouro dos EUA
Da Casa Branca seguimos para o Lincoln Memorial dedicado ao 16 presidente dos EUA (Abraham Lincoln), lá vimos o espelho-d’água que aparece em “Forest Gump” que conecta o memorial da Segunda Guerra Mundial ao memorial Lincoln, de onde Martin Luther King (1929-1968), líder do movimento pelos direitos civis dos EUA, fez um dos mais importantes discursos: “I Have a Dream” (Eu Tenho um Sonho), em 1963.
Espelho D’água em frente ao Lincoln Memorial
No memorial repousa a estátua de 25 metros de altura em mármore de Abraham Lincoln. Que também aparece no filme uma noite no Museu II.
Estátua de Abraham Lincoln em Washington DC
Depois seguimos de volta em direçao ao Obelisco monumento à George Washington, primeiro presidente dos EUA. A atração mais visível da cidade com seus cerca de 170 metros de altura e que foi aberto ao público em 1888.
Obelisco Washington
Ali pelas redondezas aproveitamos para tirar diversas fotos sob algumas cerejeiras, o dia também ajudou bastante, o céu estava azul sem uma única nuvem no céu, o que realçava ainda mais o contraste, para ser perfeito só poderia não aparecer pessoas nas fotos, mas tentei me esforçar para elas aparecerem o mínimo possível.
Depois aproveitamos ainda para pegar um sorvete, e vi uma coisa que me deixou digamos indignado, o vendedor era de origem indiana e estava atrapalhado com o troco, ai a mulher a nossa frente começou a discutir com ele, mas até ai tudo bem pior foi no final ver uma criança com menos de 5 anos de idade, talvez neto dessa mulher falar para o vendedor em inglês, Você deveria tratar melhor seus clientes.. Fala Sério!! Não tinha nem 5 anos de idade…
Árvores brotando no Capital Mall
Mas enfim voltando às cerejeiras ao todo existem cerca de 12 variedades diferentes de Cerejeiras em Washington, como todas elas com comportamento fenológico semelhante, a floração acontece na mesma época. Na verdade ver todas estas árvores floridas faz com que as fotos fiquem ainda mais bonitas. Os turistas se aglomeram as margens do lago no Tidal Basin, por final as fotos tiradas por alí são dignas de cartão-postal, com o memorial a Thomas Jefferson ao fundo. Outros, por sua vez, preferem apenas namorar com aquele belíssimo visual.
Casal Namorando às Margens do Lago
Ali perto, quase ao lado do Obelisco dedicado à Washington também haviam diversos canteiros com tulipas começando a florescer.
Tulipas em Washington
É tão legal ver a transformação da Natureza do Inverno para a Primavera, as coisas ganham cor e vida novamente. Coisa que não conseguimos perceber de forma tão marcante num país de clima tropical.
Cerejeira Brotando
Continuando nosso passeio passamos aos lados dos museus Smithsonian, que diga-se de passagem são todos gratuitos. Seguimos em direçao ao Capitólio. Como o tempo estava escasso não chegamos a cruzar a ponte sobre o rio Potomac até o cemitério de Arlington, onde estão enterrados soldados de guerra e o presidente JFK. Mas isso vai ficar para uma outra visita a Washington.
Capitólio EUA
Com os termômetros na casa dos 20C e 25C , e pleno sol acabei até tomando uma corzinha. Mas para dizer a verdade eu adorei depois de tanto tempo com clima frio e sem cor do inverno daqui.
Segundo a organização do Festival Nacional da Floração das Cerejeiras em Washington, mais de um milhão de pessoas visitam Washington DC nesta época do ano todos os anos para admirar as cerejeiras florescendo e participar de eventos que anunciam o início da primavera na capital da nação.
Emissora de TV fazendo a cobertura do festival
Bem quem quiser conferir este espetáculo de perto é bom ficar de olho, a cada ano ela acontece em uma data diferente, sempre por volta da últimas semana de Março e primeira Semana de Abril, a data “média” da florada é 4 de Abril. Mas este ano ela veio mais cedo, a florada este ano concentrou-se do dia 27 de Março a 5 de Abril tendo o último dia do mês de Março o seu pico, exatamente um dia antes da nossa visita.
Antes de deixarmos a cidade passamos em frente ao Arquivo Nacional dos Estados Unidos da América, onde em seu interior entre outros documentos se encontram-se os 3 documentos mais importantes deste país, são eles a Declaração de Independência, a Constituição e a Bill of Rights.
National Archieves EUA
Todos estes documentos se encontram disponíveis a visitação pública e gratuita, no entanto não tivemos tempo hábil para visitar, havia uma fila com previsão de 45min a 1 hora para poder visitar os objetos. O que me impressionou na verdade foi o tamanho da porta principal do prédio.
Porta do National Archieves
Pegamos nosso carro no estacionamento, e seguimos viagem de volta a Delaware, pegando um trânsito bastante pesado na saída de Washington e na passagem por Baltimore, fazendo com que chegássemos em casa quase 1hora e meia após o previsto.
Veja Também:
Site oficial do National Cherry Blossom Festival
Post da Cláudia do Aprendiz de Viajante
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Cherry Blossom Festival em Washington DC em fotos
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Oscar. adorei o post. deve ser muito lindo mesmo; bj
Oscar,
você realmente entendeu como funciona o festival das sakuras no Japão, mesmo sem ter estado lá.
O mais engraçado é que praticamente todo mundo se encontra debaixo das cerejeiras, há o cúmulo de estagiários ficarem guardando lugar debaixo da árvore o dia inteiro para o pessoal do escritório poder festejar de noite.
Em Tokyo eu senti uma saudade da sakura, imagine eles! Certeza que rola uma crise de ansiedade antes e uma depressão pós sakuras.
Marilia, seu Post sobre sua viagem ao Japão ficou muito legal mesmo!!
Bem eu sou apaixonado por natureza!! Não é a toa que me formei em Engenharia Florestal 😀
Obrigado pela visita
sou literalmente apaixonada pelas cherry blossoms. Morei 4 anos em DC e todo ano ia ver esse espetáculo da natureza e ficava enlouquecida, como se fosse a 1a vez. Meu sonho agora é fotografá-las no Japão (quando estive lá não era a época).
Concordo Plenamente com voce!!! É um espetáculo Maravilhoso e tão efêmero!!! Também tenho vontade de ir ao Japão durante a Sakura!! Quem sabe um dia ainda dá certo!!!
Bjo
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Ótimo post meninos, já fui várias vezes a DC mas nunca coincidiu com esse espetáculo maravilhoso. Pelas fotos de vocês e das minhas amigas que moram em DC posso ver que é realmente um espetáculo imperdível.
Parabéns, ótimo post.
Um abraço,
Simone
Simone
Obrigado pela visita.. DC é uma cidade linda, mas que fica ainda mais bela emoldurada pelas cerejeiras.. Achei tão bonito que além do ano passado, voltei este ano novamente poara fotografar..
Abraço
Oscar
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