Cinéfilos de plantão: Que tal explorar algumas das mais famosas locações cinematográficas das trilogias do Senhor dos Anéis e do o Hobbit num safari cinematográfico à bordo de um 4×4 na Nova Zelândia?

Bem, não é mistério para ninguém que a região de Queenstown abriga algumas das mais belas e impressionantes paisagens alpinas da Nova Zelândia. Apesar de relativamente acessíveis. Muitas dessas paisagens exigem do visitante certo conhecimento da geografia da região e principalmente veículos adequados (off-road) para que você possa conhecê-las.

Em nossas inúmeras incursões pela região de Southern Lakes, visitamos por conta própria uma porção destas incríveis paisagens “off road”. Porém, apesar de termos explorado bastante coisa por nossa conta e risco com nosso próprio carro ou carro alugado, em diversas circunstâncias fomos impedidos de seguir adiante com o passeio sem um veículo 4×4 adequado.

Aproveitando uma de nossas escapadas de fim de semana para Queenstown, aproveitamos para fazer um programa que desde nossa primeira visita à capital neozelandesa dos esportes radicais ficamos com vontade de fazer. Um safari 4×4 por algumas das paisagens utilizadas como cenário na trilogia do Senhor dos Anéis e do Hobbit pelo diretor Peter Jackson nos arredores de Queenstown.

Com a “febre” causada pelas trilogias inspiradas na obra de J.R.R Tolkien, hoje na Nova Zelândia existem destinos e atrações como Hobbiton na ilha norte que se tornaram algumas das atrações turísticas mais badaladas do país dos Hobbits, quero dizer dos Kiwis.

Tanto que existe pelo menos uma dezena de empresas que oferecem este tipo de tour cinematográfico focado nos cenários do Hobbit e Senhor dos Anéis na Nova Zelândia. E como Queenstown é a cidade turística mais visitada do país, você é bombardeado a todo momento com folhetos de tours e passeios deste tipo.

Depois de certa pesquisa, acabamos escolhendo a Nomad Safaris, uma empresa que opera na região do Southern Lakes à cerca de 25 anos e que conta com a maior frota comercial de Defenders da Land Rover da Nova Zelândia.

Fundada em 1988 por um neozelandês que por durante 10 anos guiou safaris na África e Oriente Médio. A Nomad Safaris além de referência em passeios dessa natureza na região de Queenstown, conta hoje com uma frota de 18 veículos capazes de encarar qualquer tipo de terreno.

Dentre as diferentes opções de tours oferecidos por eles, optamos pelo Tour B do Safari of the Scenes. Um passeio de aproximadamente 4 horas de duração que sai de Queenstown e segue em direção à Glenorchy explorando alguns dos incríveis cenários de Lord of the Rings para os lados do Mount Aspriring National Park.

Como no dia do nosso passeio, nosso vôo de volta para Auckland foi antecipado, acabamos tomando café da manhã no hotel mesmo, deixamos nossos pertences no carro e fizemos no check-out do hotel e pontualmente as 08:15 da manhã o nosso Jipe (Balin) passava para nos apanhar no hotel para o passeio.

Sim, placa de cada um dos veículos da Nomad Safaris tem um nome de personagem dos livros de J.R.R Tolkien.

Quando saímos do hotel em Queenstown, o dia estava mesmo começando a amanhecer e alguns quilômetros depois já na estrada entre Queenstown e Glenorchy, fizemos nossa primeira parada do dia. Apesar de o dia estar parcialmente encoberto, observar / fotografar o nascer do sol atrás das montanhas foi bacana.

Pelos quase 50 km que separam Queenstown de Glenorchy ainda fizemos outra parada num dos inúmeros mirantes existentes ao longo dessa belíssima estrada que vai margeando o Lake Wakatipu. Até chegar em Glenorchy a estrada é completamente asfaltada e de fácil acesso para veículos particulares e alugados. Por sinal um excelente bate e volta à partir de Queentown.

Apenas quando chegamos em Glenorchy é que a aventura digamos começa para valer. Seguindo pelo Vale do Dart River, e indo em direção a estrada de acesso ao início da Routeburn Track, chegamos a locação cinematográfica utilizada para criar Isengard. O local é nada mais que uma grande planície cercada por montanhas em que se destaca o Mt. Earnslaw e muitas ovelhas.

Obviamente que para a maioria das pessoas que fazem este passeio, já faz um tempinho que assistiram aos filmes da trilogia. Para facilitar a nossa vida e dos demais participantes do passeio, o nosso motorista/guia tinha uma pastinha com imagens das cenas dos filmes que iam sendo mostradas à medida que visitávamos os locais utilizados na captura de imagens para os filmes do Sir Peter Jackson.

Depois de conhecermos a “Isengard” na vida real, seguimos em direção à localidade de Paradise. Bem o nome sugestivo, não é mera coincidência não. O visual de Paradise é certamente algo que qualquer um definiria como paraíso na terra.

Diz a lenda que o explorador escocês que descobriu e batizou o local de Paradise, mudou-se para ali e nunca mais foi embora.

Quase adentrando os limites do Mt. Aspiring National Park, chegamos a uma exuberante floresta de (Nothofaghus sp.) que segundo nosso guia foi utilizada por Peter Jackson para recriar o que seria a floresta sagrada de Lothlorien segundo a trilogia de J.R.R Tolkien.

E ao longo do caminho fizemos também algumas outras paradas para fotos e seguimos adiante até quase no final desta estrada, cujos km finais são apenas transitáveis em veículos com tração 4×4.

Por volta das 10:30 da manhã chegamos a metade de nosso passeio. Por alí fizemos um rápido piquenique com bolachas, bolo, chá, café e chocolate quente oferecidos como parte da experiência.

Depois de mais uma sessão de fotos, iniciamos nosso caminho de volta para Queenstown. Infelizmente como o nível dos rios da região estavam altos por conta das chuvas / nevascas dos dias anteriores, a experiência off road ficou basicamente limitada a estrada e algumas passagens molhadas, mesmo assim valeu a experiência. Embora sinceramente falando esperava algo um pouco mais radical como o tour que fizemos com eles para os lados de Arrowtown quando entramos com o Land Rover no Rio.

Antes de chegarmos em Glenorchy, passamos ainda por outros locais utilizados para gravação de outros Blockbusters de Hollywood. Além do Senhor dos Anéis e do Hobbit, cenas de outros filmes como X-Men Origins: Wolverine e Crônicas de Nárnia: Prince Caspian foram gravados por alí nos lados de Paradise.

Outro filme inteiramente gravado em Queenstown e que só fui descobrir que foi filmado na Nova Zelândia nesse passeio, foi o K2. No qual utilizou-se basicamente cenas tomadas no the imponente Remarkables Range.

Uma das cenas mais notáveis do X-Men Origins filmadas em Queenstown/Glenorchy é aquela onde rancho onde o casal de velhinhos que acolhe o Wolverine como seu filho e logo depois são executados. Bem o rancho e os restos do helicóptero abatido pelo Wolverine (foram criado em computador) obviamente não existem.

Porém observando o contorno das montanhas e da floresta nas cenas do filme é fácil observar que o local é absolutamente idêntico. Provando que as imagens foram de fato, gravadas alí e editadas posteriormente usando recursos de computação gráfica.

Como o nosso guia falou, O enredo da história “teoricamente” se passa nas montanhas rochosas canadenses, mas de fato as cenas são todas feitas na Nova Zelândia. Vai dizer que não tem como amar esse país?!

Seguindo adiante, passamos ainda por um local que apareceu no segundo filme da trilogia do The Hobbit. Local que inclusive quando filme estava sendo produzido era vigiado por segurança 24 horas. Como contou nosso guia, alguém conseguiu driblar a segurança do local e tirou fotos do set de filmagem e no dia seguinte a foto estava na Internet e no jornal de Queenstown. Resultado, a empresa que fazia segurança do lugar foi substituída imediatamente por outra. Já as fotos que circularam pela internet criaram ainda mais expectativa em relação ao filme.

Nossa última parada do safari pelas cenas do Lord of the Rings com a Nomad Safaris foi locação cinematográfica foi utilizada como cenário do acampamento de Ithilien, naquela cena com os mamutes gigantes.

O que mais me chamou atenção nesta parada na verdade não foi necessariamente o visual da cena do filme, mas sim as trutas nadando contra a correnteza do riacho (12 Mile Creek) que segue alí em direção ao lago de Queenstown.

Pelo caminho de volta para Queenstown aproveitei para tirar várias fotos além daquelas feitas durante as paradas. O tempo estava bem melhor, comparado ao início do tour. E com a neve fresca caída durante a noite, algumas fotos ficaram espetaculares. Embora fotografar com o carro em movimento não ser uma das tarefas mais fáceis, o resultado não decepcionou.

Encerrando o safari, fomos “devolvidos” no nosso hotel às 12:20 e de lá pegamos nosso carro e corremos para o aeroporto pois nosso vôo saia as 13:30. Apesar da correia, deu tudo certo e o vôo de volta para Auckland foi literalmente um vôo panorâmico.

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