Acordamos bem cedo por volta das 05:30, nosso transporte que arranjamos para o dia todo pegou a gente no hotel as 06:00, e seguimos para o Templo de Angkor Wat, onde podemos assistir ao nascer do Sol.
Ainda estava escuro quando chegamos, mas no caminho o dia começava a raiar, e como sempre haviam centenas de turistas e todos estavam indo para o lago do lado esquerdo do templo em que a gente pode ver a imagem do templo refletir no espelho d’agua, o local ficava cada vez mais cheio, alguns engracadinhos iam tirar fotos do templo entre o espelho dagua e o templo, atrapalhando as fotos de todos que ali estavam.
O Sol começou a aparecer lentamente ate que finalmente surgiu entre duas das 5 torres do templo de Angkor Wat, essa imagem refletida no espelho d’agua foi sem duvida uma das coisas mais bonitas que já vi na vida, tirando e claro a multidão de turistas, mas ainda sim conseguimos tirar diversas fotografias muito bonitas.
O legal também era poder ver a lua minguante no lado oposto, e incrível a velocidade do nascer do sol em menos de 10 minutos ele já havia passado pelas 5 torres. Ainda tiramos mais algumas fotos, os turistas começavam a se dispersar, seguimos então de volta ao hotel onde podemos tomar nosso café da manha. No fosso que circunda todo o complexo de Angkor Wat pude tirar varias fotos muito bonitas de um pequeno barco, em meio a neblina que saia das águas, e as pessoas do barco com chapéu de plantador de arroz (estilo Vietnamita).
Esperamos pelo nosso motorista por cerca de 5 minutos, nesse interim vimos diversas pessoas passarem de bicicleta pela gente, indo para o trabalho ou levando mercadorias para vender, coisas que só vemos aqui na Ásia mesmo.
Por falar em café da manha, aqui na Ásia, sempre e servido o café da manha internacional e o asiático, esse ultimo com tudo que você pode imaginar, desde nodles ate molho curry, digamos que tem que ter um bom estômago para isso, mas fisiologicamente falando, eles estão corretos, vale aquele ditado, Café da manha de Rei, Almoço de Príncipe e Jantar de Mendigo.
Depois de terminar o café, o motorista estava nos esperando para irmos a Banteay Srei, cerca de 25 – 30 kilometros de Siem Reap, onde existem um dos templos mais bem esculpidos em arenito de todo o Camboja, pelo caminho passamos ao lado do museu nacional khmer, mas infelizmente não tivemos a oportunidade de visitar, uma das coisas que me chamou muito atenção, foi passar em frente a um hospital infantil, financiado pela suica, como uma enorme placa pedindo doadores de sangue, principalmente dos tipos A e AB, por causa da epidemia de Dengue hemorrágica.
Depois de uns 45 minutos de viagem, e de muitas paisagens diferentes, chegamos a Banteay Srei. Ele e um templo dedicado ao Deus hindu Shiva, construído em grande parte de arenito vermelho. Banteay Srei foi o único grande templo em Angkor não construído por um monarca, sua construção é creditada a um cortesão chamado Yajnavaraha que serviu como conselheiro de um rei Rajendravarman, acredita- se que ele era um sábio e filantropo que ajudou aqueles que sofriam de doença, injustiça, ou de pobreza. Originalmente, o templo foi cercado por uma cidade chamada Isvarapura.
Esse templo e muito impressionante pela riqueza dos detalhes e da cor do material utilizado, embora em escala menos que os outros templos que visitamos.
Seguimos de carro por mais cerca de 15 kilometros ate Kabal Spean, localizada em Kulen Hills. É comumente conhecido como o vale das 1000 Lingas.
É constituída por uma série de esculturas em pedra e em torno do rio Kbal Spean. Os motivos na pedra são desenhos mitológicos hindu e vários motivos, incluindo representações de deuses e animais.
Atualmente a região e um parque nacional e para se ter acesso ao local e necessário se fazer uma trilha de cerca de 1.5 kilometros, ali também se encontra um centro de recuperação de animais silvestres, que infelizmente não tivemos a oportunidade de visitar.
Logo no inicio da trilha, na margem do rio Kabal Spean, haviam diversas dezenas de borboletas, pousadas, onde pude tirar diversas fotos legais, seguimos a trilha em frente, que era um tanto cansativa, principalmente pela inclinação.
Pelo caminho pude conhecendo melhor as espécies de árvores que ali ocorrem naturalmente com a ajuda das placas que identificam as mesmas. Depois de cerca de 30 minutos chegamos ao local, que honestamente decepcionou bastante.
Tiramos algumas fotografias e pegamos outro caminho para voltar, tentando ao máximo ficar as margens do rio, ai sim podemos ver mais esculturas nas pedras que circundam o leito principal do rio.
A maioria dos vestígios arqueológicos Kbal Spean sao do século XI e XIII, sua construção de Kbal Spean foi iniciada pelo rei Suryavarman I e posteriormente completado pelo Rei Udayadityavarman II.
É comumente conhecido como o vale de um 1000 Lingas devido à presença do estimado mil lingas, que são esculturas escavadas no leito do rio Siem Reap. As Lingas foram esculpidas, pois acreditavam que elas serviriam para fertilizar a água e irrigar os campos de arroz do Camboja.
No caminho acabamos encontrando uma pequena cachoeira, onde também existiam dezenas de borboletas, e quando nos aproximavam elas voavam, muito legal. Seguimos pela trilha em direcao de onde estava nosso motorista, ainda podemos ver alguns lagartinhos, um deles inclusive apresentando um excelente mimetismo, ficando quase impossível notar ele sem realmente prestar atenção.
Pegamos o carro e seguimos de volta em direcao a Siem Reap, pelo caminho passamos novamente por paisagens com campos de arroz e criação de búfalos, com palmeiras típicas do Cambodja.
Perto da cidade em uma rua, passamos em um lugar onde não fica nem um pouco a desejar os “gatos” roubando energia eletrica em São Paulo, simplesmente não existe poste de energia, os fios são todos soltos sobre alguns palaques de madeira. Interessante que uma das estradas esta sendo pavimentada pelo governo da Coreia do Sul.
Chegamos ao hotel, tomamos um banho, afinal de contas havíamos transpirado um monte, pegamos um Tuk Tuk e fomos para a cidade, onde visitamos inicialmente a casa da família real em Siem Reap, na verdade só por fora, e também um templo budista, onde havia uma mulher vendendo flor de lotus.
Depois disso fomos ao mercado da cidade, onde de tudo se vendia, desde diferentes tipos de arroz, souvenirs, insetos, ate carne, em uma determinada barraca uma enorme cabeça de porco, o bicho parecia estar olhando para você ainda, um pouco assustador e um cheiro muito forte, mistura de temperos e coisas esquisitas.
Já era final da tarde, estava quase anoitecendo, fomos a um restaurante mexicano onde comemos uma farrita, que não era la essas coisas e tomamos uma pina colada e uma frozen marguerita, visitamos novamente o Night Market, que estava mesmo abrindo, compramos 4 velas com suporte, muito bonito e relativamente barato, depois decidimos ir jantar.
Acabamos optando pelo Churrasco Cambojano, havia no menu, varias opcoes de carne, passando por carne de cobra, crocodilo, avestruz ate de Canguru, mas optamos por algo mais básico mesmo, carne bovina e de frango.
O Churrasco Cambojano e feito de uma forma diferente da que estamos acostumados, na mesa existe um buraco com uma panela de barro, dentro dela e colocada carvão em brasas e sobre isso e colocado uma peca especial feita em alumínio, com diversos buracos, na base da mesma e colocado um caldo tipo uma sopa, na qual você coloca os legumes e o macarrão para cozinhar, e na parte de cima e passado banha de porco e a carne e passada no ovo batido e colocada para assar.
Apesar de ser preparada de um jeito não muito convencional, carne de frango e de boi com ovo assada, servido com macarrão e legumes cozinhados em uma sopa, essa mistura fica muito gostosa, e mais uma vez tenho que dizer que a cozinha cambojana e a mais gostosa que já experimentamos desse lado do mundo.
Esse restaurante assim como outros ficam localizados em uma área onde existem apenas restaurantes e bares, a cerca de 150 metros do restaurante que fomos havia um bar GLBT, e ao passarmos por ali, vimos que o que mais tinha eram garotos de programa, esse e um lado triste do Camboja, a prostituição e o turismo sexual.