- On 15/03/2009
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- Tags: Angkor Thom, Bayon, Cambodja, Destino RBBV, Khmer, Templos
Angkor Thom e Bayon – Capital do império Khmer
Depois de pagarmos e pegarmos nossos tickets seguimos com a Van em direcao a Angkor Thom, entramos pelo portão Sul da cidade fortificada de Angkor Thom, esta que abrangia cerca de 10 kilometros quadrados, e no auge do civilização Khmer ali viviam cerca de 1 milhão de pessoas, esta cidade foi fundada por Jayavarman VII (1181 – 1215) e provavelmente permaneceu como capital do império khmer ate o inicio do século XVII d.C.
O portão Sul e uma das cinco entradas para as ruínas da antiga cidade, no entanto a entrada Sul, e considerado o mais conservado deles, a cidade era cercada por um muro construído de laterita com 3 km de extensão e 8 metros de altura e em cada uma de suas 5 entradas um portal, alem do muro a cidade era protegida por um fosso de 100 metros de largura que cercava toda a cidade, apenas as construcoes feitas em pedras sobreviveram ao tempo, tudo que era de madeira e bambu acabou se perdendo com o tempo.
Para quem entra na cidade pela entrada Sul como nos entramos podemos ver as 108 figuras que ladeiam o acesso ao portal Sul, sendo 54 Deuses na esquerda com sorriso enigmático e outros 54 na direita representando demonios, com um olhar bastante carrancudo. Ambos os lados estão segurando sobre seus joelhos uma enorme cobra (great naga), que no inicio se levanta com suas 9 cabeças. Ao final podemos ver o portal com suas 4 enormes faces olhando para as quatro direcoes cardeais.
Ali infelizmente era bastante difícil tirar fotos sem pessoas, a quantidade de turistas e tuk–tuks era enorme, e infelizmente boa parte das 108 esculturas encontra-se decapitada, por diversos atos que aconteceram no passado, mas sem duvida o mais devastador foram as invasões dos siameses ( Antigo Reino de Sião, atual Thailandia).
Ali era possível se pegar um elefante e ir com ele ate o epicentro da cidade onde se encontra o templo de Bayon, mas seguimos então de Van, já que estava incluso em nosso pacote, mas fiquei com vontade de voltar outro dia para andar de elefante.
Uma das coisas que me chamou muita atenção foi uma motocicleta puxando uma carreta com mais de 40 pessoas em cima, coisas da Ásia.
Seguimos então em linha reta por cerca de 1.5 kilometros ate chegar ao Templo de Bayon, o caminho muito bonito com árvores de grandíssimo porte, alguns macacos, creio que sejam macacos Rhesus na beira da estrada, da mesma espécie usada para descobrir o fator RH do sangue humano.
Assim que chegamos ao templo de Bayon tivemos uma das melhores e mais impressionantes vista desse templo. O templo Bayon contruido na segunda metade do século 12 tem como característica marcante as muitas torres de pedra, 54 ao todo com as quatro faces do Rei budista Jayavarman VII. O templo é conhecido também por dois impressionantes conjuntos de baixos-relevos, um na parte exterior e outro na parte interior, que apresentam uma rara combinação de mitológico, histórico e cenas mundanas.
Este templo e o segundo mais famoso da civilização Khmer, após o Angkor Wat. Quando estávamos entrando para visitar vimos alguns monges budistas com aquelas roupas laranja caminhando por entre as árvores.
Nosso guia então começou a nos falar sobre o templo , Bayon foi o último templo a ser contruido em Angkor Thom, e e um os únicos santuários dedicado ao Buda. A semelhança dos 216 gigantescos rostos sobre as torres do templo e de outras estátuas do rei levou muitos estudiosos à conclusão de que os rostos são representações do próprio Jayavarman VII.
Desde o tempo de Jayavarman VII, Bayon sofreu inúmeras alterações nas mãos dos monarcas posteriores. Durante o reinado de Jayavarman VIII em meados do século 13, o Império Khmer foi covertido ao Hinduísmo e como seu estado, o templo foi alterado em conformidade. Nos últimos séculos, budismo se tornou a religião dominante, levando a ainda mais alterações, antes de o templo ser finalmente abandonado.
Mas sem duvida uma das coisas mais impressionantes do templo são as esculturas em baixo relevo na parede exterior da galeria exterior representando eventos históricos e cenas da vida quotidiana dos Khmers Angkorianos. Única coisa realmente desagradável de visitar esse lugar e a quantidade de turistas, quase impossível se tirar fotos sem ninguém e os Coreanos são os mais deseducados, sempre se metem em frente da sua foto.
Embora altamente detalhado e informativo, em si, os baixos-relevos não são acompanhadas por qualquer tipo de texto, e por esse motivo, considerável incerteza permanece como a que acontecimentos históricos são retratados e como, se for caso disso, os diferentes relevos estão relacionados.
Entre as diversas cenas que podemos ver retratadas nos baixos-relevos, onde poderíamos passar dias para tentar compreender o cotidiano dessa civilização temos algumas passagens que nos ajudam a entender como as coisas funcionavam no passado.
Na parte sul da região oriental da galeria um exército Kmher marchando (incluindo alguns soldados chineses), com músicos, cavaleiros, e os oficiais montados em elefantes, seguido por vagões de provisões; ainda no Leste da galeria, do outro lado do portal principal no pátio, outra procissão seguida por cenas retratando cenas domesticas dos Angkorianos, alguns dos personagens parecem ser comerciantes chineses.
No canto sudeste do pavilhão, uma cena de um templo inacabado com torres, apsaras, e um Linga; na parte oriental do sul da galeria, uma batalha naval no Tonle Sap entre os khmers e as forças de Cham (atual Vietnam), abaixo dos quais podemos ver mais cenas da vida civil representando um mercado, cozinhar ao ar livre, os caçadores, e as mulheres atendendo a crianças e um inválido.
Uma cena com barcos e pescadores, uma luta de javalis, então uma cena de batalha com guerreiros Cham (Vietnam) e guerreiros Khmers, seguidas por uma cena em que os Khmeres dominam o combate, seguida por uma cena em que o rei khmer celebra a vitória com seus súditos;
Na parte ocidental do sul da galeria, um desfile militar, incluindo tanto Khmers e Chams, elefantes, guerra de máquinas, como uma grande besta e uma catapulta; uma cena representando uma briga entre Khmers guerreiros e, em seguida, uma cena em que guerreiros são perseguidos por outros, passando para uma piscina em que um enorme peixe engoliu um pequeno veado; em seguida, uma procissão real, com o rei de pé sobre um elefante, precedida pela arca da chama sagrada.
Na parte ocidental do norte da galeria, novamente inacabadas, uma cena real de entretenimento, incluindo atletas, malabaristas e acrobatas, uma procissão de animais em uma floresta, e mais batalhas entre khmer e as forças Cham.
Já na galeria acima do nível do solo os baixos relevos, estão em forte contraste com as do exterior do templo: em vez de batalhas e procissões, o interior da galeria esta decorada com cenas da mitologia hindu. Algumas das figuras representadas são Shiva, Vishnu e Brahma, os membros da tripla divindade do hinduísmo, Apsaras celestes ou bailarinos, Ravana e Garuda.
Subindo mais um pouco, chegamos ao terraço onde se encontram as 54 torres com os rostos do rei olhando para as quatro direcoes cardeais e ao centro disso esta uma torre-santuário com 43 metros de altura desde o chão, no qual acredita-se que existiam imagens de Buda que foram retiradas pelos Reis hinduistas do império Khmer.
Em alguns lugares e possível se tirar fotos em que você parece estar beijando uma das estátuas, nesse terraço ainda podemos ver algumas meninas vestidas de apsaras para se tirar fotos com elas, desde que você pague, não cheguei a tirar fotos com elas, mas tirei algumas fotos delas.
Uma das coisas impressionantes desse local são a riqueza de detalhes das esculturas e imaginar como que a mais de 900 anos atrás sem tecnologia era possível construir coisas assim tão grandiosas. Fotos em preto e branco do local ficam muito legal.
Atualmente o templo de Bayon esta passando por reforma e restauração financiada e executada pelo governo Japonês.
Saímos de Bayon e fomos caminhando ate o templo de Baphuon a cerca de 500 metros de Bayon, este foi construído por Udayadityavarman II (1050 – 1066) e acredita-se ser o primeiro templo hinduista dos Khmeres, encontra-se em alto estado de deterioração, e apesar da imagem de Buda reclinado perto dele, acredita-se que esta ultima seja uma alteração do século XV, esse e um templo de fundamental importância para os arqueólogos, ele na verdade e um templo montanha, que seria para representar o Monte Meru.
Uma das coisas bem interessantes desse templo são as piscinas contruidas e o caminho elevado de mais de 200 metros todo sustentado por colunas cilindricas esculpidas em arenito.
Indo para o próximo templo, alem da quantidade enorme de crianças querendo vender guias e artesanato, vimos alguns pintores vendendo quadros pintados de Angkor Wat, muito bonitos por sinal, e alguns metros a frente vimos um grupo de arqueólogos trabalhando em uma escavacado.
A direita do templo encontra-se Phimeanakas, na verdade um templo que acredita-se ser parte do palácio real dos khmeres, construído no final do século 10, durante o reinado de Rajendravarman (941-968), e depois reconstruída por Suryavarman II, sob a forma de uma pirâmide de três níveis como um templo hindu.
No topo da pirâmide, houve uma torre na qual segundo a lenda, o rei passava a primeira noite de cada lua com uma garota e com algumas cobras “Naga” na torre, durante esse tempo, nem mesmo a rainha era autorizada a intrometer. Apenas na segunda noite de cada lua o rei podia voltar ao seu palácio com a rainha. Se a Naga, que era a proprietária suprema das terras dos Khmers não aparece para uma noite, o rei deveria retornar no dia seguinte, mas se o rei não aparecesse a calamidade atacaria o reino Khmer.
Apesar de alguns muitos degraus íngremes nos subimos ate la em cima e vimos onde o rei supostamente dormiria com as serpentes.
Depois desse templo seguimos a pé em direcao ao Terraço dos Elefantes, contruido por Jayavarnam VII, essa estrutura de mais de 300 metros se estende de Baphuom ate próximo o teraco de Leper King, e era provavelmente usado pelo rei, membros da família real e ministros e generais para ver seu exercito e executar manobras de treinamento.
Tem cinco partes a secção do meio retendo parede é decorada com figuras em tamanho real de Garudas e leões, para ambas as extremidades o famoso desfile completo de elefantes.
Alguns dos elefantes bastante conservados e possível de se enxergar as trombas, mas boa parte das esculturas estão ruídas pelo tempo e pela acao de agentes erosivos como a chuva, já que o arenito não possui grande resistência.
Filhos!
Esta muito rico em informações seu blog, parabéns… bom é poder viajar nas letras e fotografias… amo vocês beijos mamãe.
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