Brasil

Bento Gonçalves: Capital Brasileira do Enoturismo

Dando procedimento a nossa viagem pela Serra Gaúcha. Dia 17 de Fevereiro de 2007, acordamos pelas 08:30 tomamos nosso café da manha, que como na manha anterior estava uma delicia.

Fizemos o check-out e partimos em direção a rota dos vinhedos em Bento Gonçalves. Pelo caminho passamos por Nova Petropolis, cidade de colonização Alemã marcante, onde visitamos a Floricultura Ursula. Uma das maiores do sul do Brasil e que sempre está cheia de novidades em plantas ornamentais. Principalmente para jardins temperados, como o clima da região.

Seguindo viagem ainda passamos por Feliz, Garibaldi, Carlos Barbosa, esta última terra Natal da Tramontina, ate finalmente chegarmos em Bento Gonçalves. Conhecida como “capital brasileira do vinho”, Bento Gonçalves se configura como a maior produtora de uva do Rio Grande do Sul, e o maior produtor de vinhos e derivados de uva do Brasil.

O plantio da videira no município remete à chegada dos imigrantes italianos na região em 1875, o que mostra que a atividade não tem apenas caráter econômico, mas também cultural. Várias das empresas de destaque no cenário nacional têm sua sede dentro da cidade ou no interior, como Vinícola Aurora, Vinhos Salton, Miolo Wine Group e Casa Valduga.

Além das grandes empresas, também há diversidade de pequenas vinícolas familiares, que contribuem para a diversidade e qualidade dos produtos elaborados. Atualmente, os produtos ganham prêmios de reconhecimento internacional, que evidenciam a qualidade oferecida pelas empresas

Logo na Entrada da Cidade, já podemos perceber que estávamos chegando na Capital Brasileira do Vinho, o pórtico da cidade é na verdade uma imensa pipa de Vinho de cerca de uns 20 metros de altura. Uma cidade com cerca de 110 mil habitantes, que foi colonizada basicamente por imigrantes de origem italiana, que encontraram nesta região um clima favorável, semelhante ao europeu, para estabelecer a cultura da videira.

Que acabou se transformando em uma das principais atividades econômicas do chamado Vale dos Vinhedos. Vale este que compreende os Municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi, Farropilha e Monte Belo do Sul.

Mas não apenas o setor vitivinicola tem expressão na cidade, o setor moveleiro é até hoje o setor com maior representatividade na economia local. Bento Gonçalves representa 40% da produção estadual de móveis e cerca 8% da produção nacional. Com empresas de grande destaque, como a Todeschini (maior parque industrial moveleiro do mundo) e a Carraro, entre outras.  As feiras de máquinas para madeira realizadas em Bento Gonçalves estão entre as melhores do Brasil, juntamente com as que acontecem em Curitiba. Isso que dá fazer Engenharia Florestal.

Por falar em feira para nossa surpresa estava acontecendo justamente naquele final de semana a XIII Festa Nacional do Vinho – FENAVINHO BRASIL 2007.

Apesar dessa agradável surpresa o evento de certa forma dificultou um pouco nossa vida na cidade. Como nossos planos originais eram ir à Porto Alegre e não haviámos feito reserva para o Hotel não foi uma tarefa muito fácil acharmos nossa acomodação. Depois de verificarmos diversos hotéis finalmente conseguimos um quarto no hotel Vinocap, um hotel antigo e tradicional bem no centro da cidade. Digamos que fomos do vinho para a água: O hotel Rita Hoepnner em gramado era ótimo se não excelente. Já o de Bento deixava a desejar, mas tudo bem, não havíamos feito reserva e com evento na cidade não podíamos querer exigir muito. O pior de tudo era o cheiro de mofo do quarto do hotel.

Iniciamos nossa visita na cidade na vinícola Aurora, sem duvida uma das vinícolas mais tradicionais do Brasil. Entre os vinhos que eles produzem esta o famoso Sangue de boi, aquele que vem em garrafão de 5 litros e que a mãe da gente usa para fazer sagu de vinho e quentão na festa Junina.

No entanto, a vinícola Aurora não produz apenas vinhos de pouca qualidade, eles também tem várias outras marcas de vinhos, mas de forma geral o vinho que eles produzem se situa entre os vinhos para uma classe B e C. Eles também produzem o Keep Cooler.

Iniciamos a visita a produção assistindo a um breve vídeo institucional da empresa. Depois fomos guiados para conhecer a produção, onde vimos onde os cachos de uva são recebidos, debulhados para o início do processo de fermentação.

Logo em seguida vimos os enormes toneis de Aço-Inox onde o vinho sofre fermentação, estes toneis possuem umas cintas metálicas com sensores de temperatura que são controlados por computador, que resfriam ou esquentam os toneis garantindo uma maior uniformidade entre os lotes de vinhos dentre os diferentes toneis. Através de um controle rigoroso e constante do processo fermentativo.

Logo depois passamos a uma área com diversas barricas, entre elas várias confeccionadas com carvalho, tanto europeu quanto americano, onde são envelhecidos vinhos mais nobres, de uvas como, Malbec, Merlot, Pinnot Noir, Cabernet Suavignon etc…

Logo em seguida fomos a uma sala, onde ficavam os “primos pobres” em toneis gigantes de madeira onde o vinho Sangue de Boi, por exemplo e processado e envelhecido, la foi explicado que em tempos em tempos e feita uma raspagem no interior destes tonéis para retirar o acumulo de sais ácidos, que são revendidos para industrias químicas.

Passamos então por uma passagem com bandeiras de diversas nações que a vinícola aurora exporta ou já exportou seus vinhos, passamos ainda pela cave di Baco, em homenagem ao Deus romano do vinho.

Visitamos mais uma área em que são envelhecido alguns vinhos , até chegarmos a uma das melhores partes da visita a degustação dos vinhos produzidos ali mesmo.

Experimentamos vários vinhos, mas o que eu gostei mesmo foi o suco de uva casa de bento, fabricado por eles. Na saída da visita da fabrica, como previsível saímos em um show room, mas não compramos nada ali.

Partimos então em direção ao pavilhão de exposições da cidade, onde estava ocorrendo a XIII FENAVINHO. Ao chegar la após certa dificuldade, sem GPS, e com um pouco de chuva estacionamos nosso carro e compramos nosso ingresso. Com a certeza que iríamos provar muitos vinhos, e dito e feito.

Entre os expositores vários vinhos nacionais conhecidos como vinícola Miolo, Aurora, Salton, Chandon, Casa Valduga entre outras. Tomamos bastante vinho, cheguei a comprar uma porção de queijo para acompanhar a prova dos vinhos.

Uma das coisas interessantes da feira, como que acontece na festa da uva de Caxias do Sul, também acontece a exposição e premiação dos melhores cachos de uva, de suas respectivas castas….

Ao ver todos aqueles cachos de Uva ali expostos me fez lembrar do choque da uva, com o repórter Lasier Martins da RBS TV, afiliada da Rede Globo levou ao vivo durante a a apresentação do jornal do almoço em uma das edição da festa da Uva de Caxias do Sul.

Certo tempo depois encontramos a rainha e as princesas da FENAVINHO. Aproveitamos para tirar algumas fotos com elas e continuamos visitando os estandes das diferentes vinícolas e empresas que produzem maquinas para a vinoviticultura local.

Legal ver as pesquisas que a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuaria) Uva e Vinho realiza em sua sede em Bento Gonçalves.

Antes de irmos embora ainda compramos suco de uva, da vinícola Aliança de Caxias do Sul, deles também experimentamos suco de uva branca tipo moscatel, muito bom por sinal. Saímos da FENAVINHO meio cozidos, fomos para o hotel, e saímos para jantar.

No dia seguinte, 18 de Fevereiro de 2007. Acordamos arrumamos nossas coisas, tomamos café da manha, esta vez não era la essas coisas, fizemos nosso check-out e fomos visitar outras vinícolas. A Primeira parada o portal de entrada da cidade de Bento Gonçalves em forma de pipa gigante, com a mensagem “ Você esta entrando no mundo do vinho” Saímos de la e fomos para  vinícola Salton.

Sem dúvida um dos pontos altos de nossa visita a Bento, pelo caminho já vimos diversos parreirais. Todos eles repletos de Uvas.

Depois de alguns kilometros finalmente chegamos a vinícola Salton, que já na entrada impressiona pela imponência do prédio principal. Bem na verdade eles acabaram de mudar para esta nova fabrica, extremamente moderna.

Mas antes de iniciar a visita tiramos inúmeras fotos nos parreirais em frente a fabrica, estes estavam repletos de uvas maduras, prontas para serem colhidas. E a vontade de experimentar uma uvinha era difícil de controlar, mas ali ainda deu para resistir a tentação.

Iniciamos a visita a fabrica com um vídeo institucional da empresa, como na Aurora. Depois dali fomos conhecer todas as etapas da fabricação do vinho desde o recebimento das caixas contendo os cachos de uva, até a colocação das rolhas e dos rótulos, bem como da expedição das garrafas.

Um dos pontos mais interessantes foi a visita ao subterrâneo da fabrica onde são envelhecidos os vinhos de maior valor agregado, todos eles em barricas de carvalho. Tanto em barricas de Carvalho Europeu, quanto de carvalho Americano. Tudo depende do tipo de vinho que se visa ser produzido.

Visitamos também o laboratório onde são realizados os testes de controle de qualidade, sob a supervisão de enólogos e engenheiros químicos. Infelizmente no momento de nossa visita a maquina que faz o envase dos espumantes, produto em que a Salton é líder de mercado não estava funcionando.

Ao termino da visita a fabrica fomos ao show room, la degustamos alguns vinhos entre eles os melhores como o espumante evidence e o vinho tinto desejo.

Acabamos comprando alguns vinhos, um conhaque para fazer strogonoff, uma de minhas especialidades e um espumante evidence, que abrimos em 01 Setembro de 2007, quando fizemos um ano juntos.

Por sinal temos o habito de colecionar as rolhas dos vinhos que tomamos e colocamos a data e o evento nelas, para relembrar no futuro, agora elas estão conosco viajando o mundo, ah por falar nisso nós odiamos rolhas de plástico e as garrafas que são de rosquear então a gente nem compra. Mas dado ao custo e escassez da cortiça isso se tornará cada vez mais frequente.

Deixamos a Vinícola Salton com um gostinho de quero mais!! Partimos então em direção a rota dos vinhos. Onde se concentram a maioria das vinícolas da região. Nossa primeira parada foi na Vinícola Miolo.

Lá na verdade não fizemos visita a fabrica, apenas a degustação de vinhos. A Vinícola Miolo talvez seja uma das que levam seus negócios de maneira mais profissional dentre todas que visitamos no Vale dos Vinhedos.

Lá eles tem um sistema interessante, você compra um selo que vai do bronze ao ouro, que teoricamente refletem a qualidade do produto 0com preços indo de 15 , 20 , 30 reais respectivamente e no final da degustação você ganha este valor como bónus para comprar vinhos no show room deles.

A Miolo foi a vinícola mais cheia que visitamos. Mas para ver como o negócio lá é mesmo profissional a prova era conduzida por um sommelier, o que e muito interessante para “leigos” pois você conhece um pouco da historia, procedência e caracteristicas organolépticas do vinho e como degusta-lo.

Ao final de nossa degustação compramos mais alguns vinhos e espumante Terranova, sem dúvida nosso predileto da Miolo.

Em frente a Miolo os parreirais estavam repletos de uvas, roubamos dois cachinhos que estavam divinos. Acho que por acaso acabamos escolhendo a melhor época do ano para visitar a região, os parreirais carregados são a coisa mais linda.

Ali em frente a miolo estavam construindo um super hotel, quando um dia voltarmos a Bento Gonçalves temos que vamos ficar la. Por falar nisso a região esta vivendo um verdadeiro boom turístico, na verdade enoturistico.

Dali continuando nossa procissão pelas vinícolas partimos para outra visita desta vez a Tradicional Vinícola Casa Valduga. Lá experimentamos mais alguns vinhos, queríamos almoçar por lá mas a fila estava tão grande que acabamos desistindo.

Mas sem dúvida além taça de cristal da Strauss que fomos “obrigados” compramos lá para degustar alguns vinhos, o que ficou em nossa lembrança foi se “acabar” nos parreirais centenários.

Meu Deus que uvas eram aquelas, nunca comemos uvas mais gostosas como estas na vida!!! Uvas de diferentes castas e uma mais gostosa que a outra, que são deixadas ali para o visitante se acabar com elas ali no pé mesmo. O pior foi escutar de um dos funcionários que aquelas uvas já estavam passadas.. Passadas para fazer vinho ele quis dizer, mas como uva de mesa até hoje não vi nada mais saboroso e doce até hoje.

 Antes de irmos embora não deu para resistir e ainda “roubamos” uns 5 cachos de castas diferentes enchendo nosso isopor dentro do carro.

No final das contas tínhamos tanta uva que chegamos a levar ainda alguma coisa até Curitiba.

Encerrando nossa visita a Bento Gonçalves fomos almoçar na Vinícola Cordelier, a comida era boa, mas o local era o mais interessante. Pelas 16:00 partimos de Bento em direção a Gramado para mais 2 dias lá.

Pelo caminho passamos por feliz novamente onde tiramos uma foto na placa da cidade e por Nova Petrópolis, onde visitamos o parque aldeia do imigrante em homenagem aos imigrantes alemães que fundaram a cidade e la criaram a primeira cooperativa do Brasil.

Alem da bandinha alemã, a arquitetura das casas do parque retratando uma colônia alemã, com uma igrejinha protestante a Deutsche Schule (Escola Alemã) e a casa dos colonos. Mas o melhor de tudo foi o Straussern Kuchen de Uva. Um bolo de uva com farofa que eu já havia comido durante uma Kolonienfest, ou festa do Colono em uma outra vez que estive em Gramado. Nos arrependemos de não ter comprado mais.

Já no finalzinho da tarde, início da noite partimos em direção a Gramado para nossos últimos dias de ferias pela serra gaúcha, desta vez no hotel Bavária.

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Oscar Augusto Risch

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